A Câmara do Fundão vai avançar com um centro de formação e capacitação profissional, que visa promover a integração no mercado de trabalho e a inclusão social de refugiados, estudantes estrangeiros e trabalhadores temporários.

“Estamos a oferecer um novo pilar para aquilo que é a formação profissional e os processos de autonomização das pessoas. Um pilar que, no nosso entender, pode fazer a diferença”, afirmou o presidente desta autarquia do distrito de Castelo Branco, Paulo Fernandes, na apresentação pública do projeto.

Com a denominação “Fundão Acolhe – Centro de Capacitação para NPT’s (Nacional de Países Terceiros)”, este projeto tem um investimento previsto de 848,4 mil euros e tem já um financiamento garantido de 636,3 mil euros, no âmbito de uma candidatura apresentada ao Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI) e cuja aprovação foi anunciada, na última semana, pelo Ministério da Administração Interna.

O novo centro ficará instalado no edifício do antigo Seminário, onde também já foi criado um Centro de Migrações, que acolhe refugiados, estudantes provenientes do estrangeiro (em particular, de Países de Língua Oficial Portuguesa) e trabalhadores temporários.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Focado nestes destinatários, o centro também estará aberto aos fundanenses ou outras pessoas da região que queiram aproveitar para aprofundar conhecimentos numa determina área ou ganhar competências para exercerem novas funções, segundo explicou o autarca.

Irá funcionar em articulação com o Centro de Formação Avançada e apostará em áreas que podem constituir uma oportunidade de emprego no concelho, designadamente na agricultura, maquinação e polimentos e novas tecnologias de informação.

Na agricultura, por exemplo, estão previstas formações de poda, de silvicultura, de operadores de máquinas e tratorista, entre outras.

O objetivo passa por dotar os principais destinatários de ferramentas e “saber fazer”, que lhes permitam encontrar emprego e, assim, terem condições para começarem a construir os seus projetos de vida, o que já tem acontecido com os refugiados que o Fundão tem acolhido nos últimos anos.

Atualmente, estão no Centro de Migrações 42 refugiados, mas o concelho já acolheu cerca de 70. E se alguns acabaram por sair do concelho, também há várias situações que ficaram por terem encontrado condições para viver e trabalhar.

O novo centro reforça a aposta na criação de melhores condições e também deverá contribuir para fixar população no território, frisou Paulo Fernandes.

O autarca lembrou ainda que essa fixação também pode ocorrer no caso dos trabalhadores temporários (a maioria ligados à apanha de fruta), porque, com uma diversificação das capacidades, existem mais possibilidades de serem contratados para outras tarefas e por mais tempo.

Entre estrangeiros e portugueses, o centro deverá abranger cerca de mil pessoas.

O projeto já está em andamento e as formações devem arrancar nas próximas semanas e vão integrar formadores que dominam o inglês, bem como com intérpretes e tradutores, de modo a facilitar a comunicação.