A Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) entregou 5.000 cobertores a Timor-Leste, o grupo ANZ doou 50.000 dólares à Cruz Vermelha e a Fundação Oriente contribuiu com mais 20.000 dólares, para assistência às vítimas das cheias no país.

“Para apoiar o Governo de Timor-Leste a prestar assistência à comunidade afetada após a calamidade, o Governo do Japão e a JICA fornecem cerca de 5.000 cobertores ao secretário de Estado da Proteção Civil de Timor-Leste”, afirmou o executivo nipónico em comunicado.

A ajuda chegou ao Aeroporto Internacional Presidente Nicolau Lobato no domingo, num voo fretado.

O Governo e o povo japonês, através do escritório da JICA em Timor-Leste, “expressaram a sua solidariedade” ao povo timorense, especialmente em Díli, atingida pelas cheias causadas por chuvas torrenciais em 04 de abril.

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O grupo ANZ anunciou também que doou 50.000 dólares (42 mil euros) à Cruz Vermelha para ajudar à recuperação de Timor-Leste, depois das cheias, que causaram graves danos em Díli e em cidades e aldeias remotas.

A administradora executiva do grupo financeiro ANZ para o Pacífico, Tessa Price, afirmou na nota que “o povo de Timor-Leste já está a sofrer com o impacto económico da Covid-19” e que “esta catástrofe [as inundações] ocorreu num momento particularmente difícil”.

“Os últimos relatórios mostram que há mais de 10.000 pessoas nos centros de acolhimento locais, pelo que existe a preocupação de Timor-Leste vir a ter um aumento dos casos de Covid-19, bem como de doenças transmitidas pela água”, sublinhou.

Já o responsável comercial da ANZ para Timor-Leste, João Ferreira, afirmou: “Fazemos parte da comunidade em Timor-Leste há 20 anos e continuamos comprometidos com os nossos clientes e a comunidade aqui”. João Ferreira salientou ainda que a doação “inclui uma parte” da Fundação ANZ Timor-Leste, “composta por contribuições do pessoal” do grupo.

Com o apoio da ANZ, podemos continuar o nosso importante trabalho de assistência na resposta à evacuação, apoiando as pessoas nos centros de evacuação e fornecendo ajuda, conforme necessário”, referiu, também citada na nota, a presidente da Cruz Vermelha de Timor-Leste, Madalena Hanjan Costa Soares.

A Fundação Oriente anunciou também que contribuiu com 20.000 dólares (16,7 mil euros) para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), “para apoiar o trabalho de assistência emergencial às vítimas das fortes cheias que atingiram Timor-Leste”.

A doação foi formalizada pela delegada da Fundação Oriente em Díli, Joana Saraiva, junto da representante do PNUD no país, Tuya Altangerel, e surgiu na sequência da ação de solidariedade montada no Hotel Timor que, desde as primeiras horas após as inundações, mobilizou funcionários e voluntários para a preparação de refeições para distribuir nos centros de acolhimento em Díli, onde estão alojadas cerca de 14.000 pessoas, adiantou uma nota.

“Expressamos a nossa solidariedade com o povo de Timor-Leste e esperamos que esta contribuição possa auxiliar numa resposta eficaz à crise humanitária no país”, frisou.

Entretanto, também chegou esta segunda-feira a Díli um avião com dezenas de caixas de medicamentos e outros bens urgentes para apoio a famílias timorenses, doados pela comunidade australiana, portuguesa e timorense residente na Austrália.

O voo “charter” foi oferecido pelo diretor da empresa Sentinel e cônsul honorário de Timor-Leste em Queensland, Craig Thrupp, com a coordenação da operação pelo veterano Michael Stone, que acompanhou a viagem até Timor-Leste. A bordo seguem quase 70 caixas de medicamentos básicos e essenciais, que vão ser entregues ao Sames, a farmácia central, bem como colchões e outros bens para famílias timorenses.

Além da carga transportada por via aérea devem partir esta semana de Darwin, por via marítima, pelo menos três contentores com bens doados por australianos, portugueses e timorenses em vários pontos do país. Os bens foram doados em resposta às cheias que assolaram vários pontos do país e que causaram pelo menos 36 mortos e 10 desaparecidos, segundo o último balanço das autoridades timorenses.

As autoridades timorenses já contabilizaram 4.590 famílias afetadas e 12.378 deslocados nas cheias que assolaram há uma semana Timor-Leste, informou a Proteção Civil, num balanço que identifica 36 mortos e 10 desaparecidos.

De acordo com os dados a que a agência Lusa teve acesso, 63,76% dessas 590 famílias afetadas residem no município de Díli, igualmente o mais afetado no somatório de habitações destruídas por inundação ou derrocadas, com um total de 4.384 casas.

“A subida das águas provocou a inundação de áreas agrícolas, sendo determinada uma área destruída de 253 hectares, com especial incidência nos municípios de Aileu, Bobonaro, Ermera e Manatuto”, lê-se em comunicado da Proteção Civil.