As propostas do leilão 5G totalizaram esta terça-feira, no 63.º dia de licitação principal, 279 milhões de euros, mais uma vez num total de “seis rondas”, de acordo com a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).
A atribuição das licenças 5G (quinta geração) estava prevista para o primeiro trimestre, o que não aconteceu, tendo na semana passada o regulador anunciado que decidiu um procedimento de alteração do respetivo regulamento para acelerar o leilão, o que resultou em críticas dos operadores históricos.
Até ao momento não existe informação oficial de quem licitou, nem há data para o final do leilão.
Se o leilão principal, que arrancou em 14 de janeiro, tivesse terminado esta terça-feira, o Estado teria arrecadado mais de 363 milhões de euros (incluindo a licitação dos entrantes de 84,3 milhões de euros), muito acima do valor indicativo de 237,9 milhões de euros. Na segunda-feira, as propostas somaram 277,9 milhões de euros.
Atualmente, a faixa 3,6 GHz, com 40 lotes, é a única que tem sido alvo de ofertas — mais precisamente desde 5 de março —, com 124,4 milhões de euros, o que compara com 123,4 milhões de euros na sessão anterior.
A licitação principal inclui os operadores Altice Portugal (Meo), Nos, Vodafone Portugal e também a Dense Air, e visa a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz, depois de uma primeira fase exclusiva para novos entrantes.
Desde o quarto dia de licitação, apenas um lote da faixa libertada da TDT (700 MHz) — que tem seis lotes — continua sem qualquer oferta e é o único de todo o leilão. Assim, na faixa de 700 MHz, o preço de licitação mantém-se nos 19,2 milhões de euros. Ao todo, as ofertas totalizam 96 milhões de euros.
Também na faixa 900 MHz, os quatro lotes disponíveis continuam sem apresentar qualquer alteração ao preço de reserva, com a oferta dos operadores a manter-se nos 24 milhões de euros.
A faixa de 2,1 GHz, que era até 18 de janeiro a que tinha apresentado maior interesse, com a oferta a atingir os 10,405 milhões euros (preço base era de dois milhões de euros), subiu no sétimo dia para 10,616 milhões de euros, valor que se mantém até esta terça-feira.
Na faixa 2,6 GHz, cujos três lotes totalizaram 23,7 milhões de euros desde 16 de fevereiro até 03 de março, manteve-se o valor da licitação anterior, de 23,9 milhões de euros.
Em fase anterior, tinha decorrido a licitação para os novos entrantes, durante oito dias, que resultou num encaixe de 84,3 milhões de euros no último dia (11 de janeiro). Os novos entrantes podem beneficiar de “roaming” nacional no acesso às redes dos operadores já instalados, independentemente da qualidade de espectro que adquiram, de acordo com as condições do leilão.
O processo tem sido bastante contestado pelas operadoras históricas, envolvendo processos judiciais, providências cautelares e queixas a Bruxelas, considerando que o regulamento tem medidas “ilegais” e “discriminatórias”, o que incentiva o desinvestimento.