Quatro dias após a morte do marido, Isabel II voltou aos compromissos oficiais. Esta terça-feira, a monarca marcou presença no primeiro evento após o desaparecimento do duque de Edimburgo, numa cerimónia que marcou a aposentação de William Peel, que se afastou formalmente do cargo de Lord Chamberlain. O titular deste cargo, que será agora Andrew Parker, ex-diretor do MI5, representa o canal de comunicação entre a monarca e a Câmara dos Lordes, além de garantir a coordenação entre o Palácio de Buckingham e a Clarence House — é, no fundo, o braço-direito da rainha.

Antes da sucessão, Peel já tinha supervisionado os preparativos para o funeral, evento conhecido como “Operação Forth Bridge”. No entanto, no comando geral estará Parker, que após a saída do MI5 adotou o título barão Parker de Minsmere e assumiu as novas funções a 1 de abril — o antecessor esteve 14 anos no cargo. À Sky News, um membro da casa real esclareceu que a monarca acionou um período de luto que vai durar, ao todo, duas semanas, ainda que ela e a restante família continuem a assumir os compromissos que sejam apropriados mediante as circunstâncias.

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Alguns dos detalhes do funeral já são conhecidos, com a imprensa britânica a dar destaque ao facto de o caixão do duque de Edimburgo ser transportado para a capela de S. Jorge, no Castelo de Windsor, num Land Rover modificado que Filipe ajudou a conceber. Carlos, o príncipe de Gales, e outros membros da família real vão fazer parte da procissão seguindo a pé e imediatamente atrás do caixão. Mais controversas são as notícias que dão conta que a rainha será forçada a decidir que uniforme militar o duque de York poderá usar, depois deste, escreve o Daily Mail, ter solicitado o traje de almirante.

André, que está afastado das funções públicas há cerca de 18 meses dada a relação de amizade com o pedófilo Jeffrey Epstein, foi nomeado vice-almirante honorário da Marinha Real pelo seu 55.º aniversário, em 2015. A promoção para almirante deveria ter acontecido no ano passado, quando completou 60 anos, mas foi adiada até que o nome do que duque esteja limpo de polémicas e este possa voltar aos compromissos oficiais da casa real — o príncipe ainda não foi destituído das suas posições e títulos militares.

Agora, caberá a uma rainha enlutada decidir o que fazer nas próximas 24 horas, o que pode representar um problema, já que Harry corre o risco de ser o único membro sénior da realeza do sexo masculino a não usar um uniforme no próximo sábado —  os Sussex abriram mão de títulos militares ao fim de um ano de Megxit e as insígnias militares do príncipe — The Royal Marines (fuzileiros), RAF Honington (força aérea) e Royal Navy Small Ships and Diving (marinha) — voltaram a pertencer à rainha.

Quem são os 30 convidados que vão estar no funeral do príncipe Filipe?

A distância social e o uso de máscaras pelos 30 convidados que vão marcar presença no funeral é tema pouco discutível, mas a aplicação das regras de combate à pandemia poderá significar que a rainha esteja sozinha e isolada durante a cerimónia fúnebre do próximo sábado. Segundo o The Telegraph, a lei é clara: todas as pessoas que participem num funeral devem estar pelo menos a dois metros de distância entre si, sendo a exceção membros que vivem debaixo do mesmo teto. A rainha não é elegível para estar numa “bolha de apoio” porque não vive sozinha, o que significa que a única pessoa que lhe poderá fazer companhia durante o funeral será um membro do staff do Castelo de Windsor — o secretário privado de Filipe, Archie Miller-Bakewell, é uma das opções mais apontadas pela imprensa britânica.

Harry também deverá ficar isolado da restante família, já que não vive com nenhum membro que vai marcar presença no funeral —  o príncipe aterrou em Londres no domingo e está agora em quarentena —, bem como o seu primo, Peter Phillips, que é esperado sem a companhia da ex-mulher.