A fundadora e presidente da organização não-governamental (ONG) Viver 100 Fronteiras, Natália Rocha, considerou esta quinta-feira que a sua nomeação como embaixadora da Paz pela WFWP, órgão consultivo das Nações Unidas, “é o resumo de todo o trabalho” humanitário feito.

No fundo foi o resumo de todo o trabalho que eu tenho feito e de as pessoas em causa acharem que eu era uma pessoa com mais-valia e o reconhecimento para ter este cargo”, disse esta quinta-feira à Lusa Natália Rocha.

A presidente da Viver 100 Fronteiras afirmou que acredita que o trabalho que tem desenvolvido é reconhecido pelas Nações Unidas porque há “um trabalho de parceria”.

Natália Rocha destacou que, apesar da presença em locais com conflitos políticos, as populações acabam por lhe transmitir paz. “Às vezes digo assim: como é que esta gente, num país que está sempre em conflitos políticos, nos transmite paz, e o lema deles é ‘isto vai passar. Nós vamos acreditar que vamos chegar à paz’. E eu aprendo muito com eles”, constatou a presidente da Viver 100 Fronteiras, referindo-se à presença na Guiné-Bissau.

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A distinção como embaixadora da Paz pela Federação das Mulheres para a Paz Mundial (WFWP, sigla em inglês) leva a que Natália Rocha encare futuras missões com um compromisso redobrado.

A Viver 100 Fronteiras dinamiza operações de ajuda humanitária em vários países africanos, incluindo Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe ou Senegal.

Natália Rocha saudou também o apoio que o governo de Cabo Verde tem dado à ONG, considerando que tem sido fundamental para o movimento de ajuda humanitária.

Por outro lado, a responsável lamentou a ausência de apoio da Guiné-Bissau, apelando às autoridades para ajudarem as ONG no país. “Deixo aqui um pedido muito grande aos governantes da Guiné-Bissau para que deixem as ONG ajudar o povo da Guiné-Bissau, porque de toda a África que eu amo, o povo da Guiné-Bissau é o povo que mais me enche o coração, e eu tenho muita pena e muita mágoa de não poder ajudar mais o povo da Guiné-Bissau a desenvolver-se mais na cultura e na educação, isto porque não temos o apoio do Governo”, lamentou Natália Rocha.

Ao longo dos últimos 12 anos, a Viver 100 Fronteiras integrou várias iniciativas que permitiram a entrega de livros, roupa, material escolar e tecnológico e uma ambulância em vários dos países em que está presente.