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Adán, o verdadeiro crente na profecia que lidera o processo (a crónica do Farense-Sporting)

Este artigo tem mais de 3 anos

Teve muito mais trabalho do que o normal e respondeu sempre à altura. Apesar de o golo ter sido de Pote, Adán foi o verdadeiro crente na palavra de Amorim e valeu a vitória frente ao Farense (0-1).

O guarda-redes espanhol teve inúmeras defesas decisivas ao longo da partida
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O guarda-redes espanhol teve inúmeras defesas decisivas ao longo da partida

Carlos Vidigal Jr / Global Imagens

O guarda-redes espanhol teve inúmeras defesas decisivas ao longo da partida

Carlos Vidigal Jr / Global Imagens

Dois empates, dois 1-1, dois pontos conquistados, quatro pontos perdidos. O Sporting empatou duas partidas consecutivas para a Primeira Liga, algo que ainda não tinha acontecido esta temporada, e perdeu alguma da margem de manobra que tinha garantido ao longo dos últimos meses — e que já o colocavam, sempre a partir do exterior e nunca do interior, como o próximo campeão nacional. O aparente desacelerar da equipa de Rúben Amorim fez soar alguns alarmes. Alarmes que, para o treinador, acabavam por ser uma boa notícia.

“Felizmente para o Sporting, hoje em dia um mau resultado é um empate. Há coisas que não se explicam. Antes do Moreirense um dos nossos adversários esteve empatado até ao último minuto e ficaria com uma desvantagem maior e nós com o Moreirense até ao último minuto estivemos a ganhar. Num minuto, se tivesse sido diferente, seriam 12 pontos de vantagem. O futebol é mesmo assim, muda de um momento para o outro e pode voltar a mudar. Se ganharmos ao Farense está tudo bem, porque os resultados ditam muito daquilo que é o futebol. O Sporting está melhor e é a isso que temos de nos agarrar”, explicou Amorim, vincando essa ideia de que, ao contrário do que possa parecer, os leões estão agora a jogar melhor do que em situações anteriores.

“Nós tivemos dois jogos em que não conseguimos ganhar mas fomos claramente superiores, aumentámos o número de oportunidades, diminuímos o número de oportunidades que deixámos o adversário criar. Três remates enquadrados deram dois golos. A equipa está tranquila, a trabalhar bem. Eles acreditam em mim quando eu digo que eles estão melhor”, concluiu o técnico. Técnico que, esta sexta-feira e na visita ao Farense, não poderia estar no banco: depois da expulsão contra o Famalicão, que lhe valeu uma suspensão de 15 dias, Rúben Amorim falhava esta partida e as próximas duas, contra o Belenenses SAD e o Sp. Braga. Um castigo que o treinador dizia ter surgido devido a “afirmações que não são verdade” mas que, independentemente disso, era uma realidade.

Era neste contexto que o Sporting visitava então o Farense, esta sexta-feira, na primeira deslocação ao histórico Estádio de São Luís depois do regresso dos algarvios à Primeira Liga. Os leões procuravam voltar às vitórias depois dos empates contra o Moreirense e o Famalicão — para além de que era necessário garantir desde já que a vantagem para FC Porto e Benfica não ficava ainda mais curta — e Amorim fazia três alterações em relação ao último onze. Saíam Feddal (que não está a 100% fisicamente e nem sequer era suplente), Neto e Tiago Tomás, entravam Gonçalo Inácio, que voltava à titularidade depois de ter sofrido uma pequena lesão, Matheus Reis, que entrava nas opções iniciais pela primeira vez, e ainda Daniel Bragança. Do outro lado, e sem o lesionado Madi Queta, Jorge Costa lançava Licá no ataque.

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A primeira parte foi animada e intensa, com um ritmo acima da média e uma atitude particularmente surpreendente por parte do Farense. A equipa de Jorge Costa atuava subida no relvado, com três elementos a pressionarem de forma constante a saída de bola do Sporting, obrigando a linha defensiva dos leões a construir o jogo de forma direta e algo incaracterística. A pressão algarvia manteve-se principalmente durante os 10 minutos iniciais, em que o conjunto de Rúben Amorim teve muitas dificuldades para assentar o desenho tático e adaptá-lo à organização ousada do Farense — com o adiantar do relógio, de forma algo natural, o Sporting recuperou ligeiramente o controlo da partida mas nunca conseguiu estar totalmente tranquilo e confortável, sendo sempre colocado à prova pelas investidas conscientes do adversário.

De forma coerente com esta ideia, o Farense teve o primeiro remate do jogo, com um pontapé de fora de área de Ryan Gauld (8′), com João Mário a responder desde logo com outro remate na diagonal que Beto desviou para canto (9′). A pressão do Farense acontecia ao longo de toda a largura do relvado mas tinha especial intensidade no corredor direito do ataque, onde Tomás Tavares e Bilel, nas costas de Pedro Henrique, davam muito trabalho a Nuno Mendes e Matheus Reis. De forma quase concordante, o ataque do Sporting também tinha maior prevalência sobre a ala esquerda, onde o mesmo Nuno Mendes ficava muitas vezes responsável pela construção inicial dos ataques e João Mário tentava aproveitar o espaço à frente de Tomás Tavares para trabalhar entre linhas. O médio português, aliás, foi talvez o melhor jogador dos leões na primeira parte: para além deste trabalho que desenvolvia na esquerda, aproveitava a solidez de Palhinha na zona mais recuada do meio-campo e a presença de Bragança do lado direito para se aventurar em combinações com Nuno Mendes ou até investidas até ao outro corredor, de forma a aparecer depois em zonas de finalização.

Foi assim que o Sporting acabou por construir a melhor oportunidade até então, com Pote a cruzar a partir da direita, Paulinho a desviar de cabeça em frente ao guarda-redes e João Mário, ao segundo poste, a atirar às malhas laterais (27′). Antes, Lucca já tinha assustado na grande área leonina, com um cabeceamento por cima depois de um cruzamento de Gauld na direita (13′), e o jogo mantinha-se vivo e intenso, muito discutido no meio-campo e com as duas equipas a procurarem claramente chegar à baliza adversária. Adán foi obrigado a uma enorme intervenção num lance que acabaria por ser anulado por fora de jogo (29′), Coates viu Beto negar-lhe o golo com uma defesa enorme na sequência de um cabeceamento do central (35′) e o marcador seria inaugurado logo de seguida.

Na sequência do canto que a defesa de Beto originou, a defensiva do Farense começou por aliviar para fora da grande área. João Mário resgatou a bola na direita, Porro bombeou novamente para a área, Paulinho amorteceu de cabeça e um ressalto deixou o lance nos pés de Pote, que rematou de primeira para colocar os leões a ganhar (35′). O golo, que devolveu ao avançado português a liderança isolada da lista de melhores marcadores da Liga com 17 golos, foi muito festejado pelos jogadores em campo, pelos suplentes e pela equipa técnica, incluindo Amorim, que estava na bancada — existia a ideia clara de que aquele remate de Pote poderia decidir e resolver um jogo que estava muito complexo. Até ao fim da primeira parte, o Farense ainda pediu grande penalidade de Nuno Mendes sobre Tomás Tavares, com o VAR a decidir que não existiu falta, e o Sporting foi para o intervalo a ganhar pela margem mínima e depois de uma exibição esforçada e principalmente competente, onde se destacavam as contribuições de Pote, João Mário e Matheus Reis.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Farense-Sporting:]

A segunda parte voltou com o mesmo ritmo da primeira: o Farense não abdicava do trio ofensivo que pressionava muito alto, à procura de um erro defensivo dos leões, e o Sporting era obrigado a manter a intensidade competitiva, não tendo qualquer hipótese para gerir a vantagem com bola. Mancha teve uma boa oportunidade para empatar logo nos primeiros instantes depois do intervalo, com um cabeceamento que Adán encaixou (47′), e foi obrigado a outra enorme intervenção pouco depois, intercetando um remate de Pedro Henrique, que fugiu a Gonçalo Inácio e apareceu totalmente sozinho na grande área, nas costas da defesa leonina (53′). Do outro lado, Beto respondeu à altura e defendeu, também em grande plano, um pontapé de Paulinho depois de um cruzamento de João Mário na direita (57′).

Jorge Costa foi o primeiro a mexer, ao trocar Bilel por Mansilla já depois da hora de jogo, e a partida foi caindo naturalmente com o avançar do tempo: o Farense foi perdendo capacidade física e psicológica para pressionar com a mesma intensidade e o Sporting foi melhorando, apostando nas viragens rápidas de corredor, que colocavam Pedro Porro muito mais em jogo do que tinha estado ao longo da primeira parte. Ainda assim, os leões estavam longe de ter a partida totalmente controlada e Rúben Amorim deu exatamente essa ideia para dentro de campo ao lançar Matheus Nunes, um jogador com enorme qualidade na posse e na condução de bola, para o lugar de João Mário.

O treinador do Farense voltou a mexer, com as entradas de Miguel Bandarra e Fabrício Isidoro, e o primeiro ficou muito perto de ter uma entrada brilhante no jogo: Bandarra marcou, com um remate ao segundo poste depois de uma assistência de Mansilla (81′), mas o lance foi anulado por fora de jogo. Logo depois, Adán foi novamente forçado a outra grande intervenção, ao intercetar um remate de Mansilla (83′), e o Sporting acabou por passar os últimos instantes recuado no próprio meio-campo, mesmo depois das entradas de Tiago Tomás e Nuno Santos, vergado pela enorme crença do Farense de que podia chegar ao empate.

Mas, e apesar desse enorme forcing dos algarvios, os leões conseguiram mesmo resguardar a vitória. Depois de dois empates, o Sporting voltou aos resultados positivos ao bater o Farense no Algarve com um golo solitário de Pedro Gonçalves e garantiu desde já que vai pelo menos manter a vantagem de seis pontos em relação ao FC Porto. O avançado português foi decisivo, com o golo que lhe garantiu o regresso ao topo dos melhores marcadores, mas acabou por ser Adán a agarrar a vitória da equipa: com diversas intervenções, mais do que aquelas a que está habituado na maioria das partidas, o guarda-redes espanhol mostrou que é o verdadeiro crente na palavra e no processo de Rúben Amorim.

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