Há relatos de falta de sedativos em hospitais brasileiros no momento de intubar os pacientes, escreve a Associated Press. Numa tentativa de maximizar os restantes sedativos, há quem tenha diluído os mesmos em água, segundo contou um médico do Hospital Municipal Albert Schweitzer, que preferiu o anonimato, à AP. Terminado o stock existente, os profissionais de saúde tiveram de começar a usar bloqueadores neuromusculares e a amarrar os doentes às suas camas.

“Relaxamos os músculos e fazemos o procedimento com facilidade, mas não temos sedativos ”, disse o mesmo médico em anonimato. “Alguns tentam falar, resistir. Eles estão conscientes.” Os relatos surgem após semanas de avisos de que hospitais e governos estaduais corriam o risco de ficar sem medicamentos essenciais.

A assessoria de imprensa da secretaria de saúde do Rio de Janeiro afirmou, via email, que as faltas ocasionais no hospital Albert Schweitzer devem-se a dificuldades de abastecimento no mercado global e que “as substituições são feitas para que não haja prejuízo no atendimento prestado”, mas não comentou sobre a necessidade de amarrar os pacientes às camas.

O jornal brasileiro O Globo deu conta de uma situação semelhante esta quinta-feira, referindo-se a hospitais na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Não é claro, no entanto, se o problema verificado nesta zona diz ou não respeito a um caso isolado. Na passada quarta-feira, Marcelo Queiroga, ministro da Saúde brasileiro, afirmou que um carregamento de sedativos era esperado “nos próximos dez dias”.

Em média, as mortes diárias no Brasil, na sequência da pandemia, têm rondado as 3 mil, o que corresponde a um quarto das mortes globais, colocando o país no epicentro da pandemia.

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