O PSD de Vila Real de Santo António lamentou os “acontecimentos” que levaram à renúncia da presidente da Câmara local, Conceição Cabrita, e desejou que a sua militante possa provar a inocência relativamente às acusações de corrupção.

A autarca de Vila Real de Santo António, no distrito de Faro, renunciou ao mandato na quinta-feira, pouco antes de sair em liberdade do tribunal de Évora, onde foi submetida a primeiro interrogatório judicial com outros três detidos da “Operação Triângulo” e de onde saiu com proibição de contactos entre si e com o deputado António Gameiro. Conceição Cabrita, que renunciou ao mandato autárquico com “efeitos imediatos”, é suspeita de “um crime de corrupção passiva de titular de cargo político” e de “um crime de prevaricação de titular de cargo político”, segundo o juiz presidente, que a proibiu de “permanecer nas instalações e de contactar os serviços da Câmara de Vila Real de Santo António”, como medida de coação.

Presidente da Câmara de Vila Real de Santo António sai em liberdade, “fortemente indiciada da prática de crimes de corrupção”

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Num comunicado divulgado pelo Facebook, o presidente do PSD de Vila Real de Santo António e candidato social-democrata à Câmara, Luís Gomes, refere que o partido “lamenta os recentes acontecimentos” que “levaram à detenção e posterior renúncia da sua militante ao cargo de presidente da autarquia” e manifestou o desejo de que “possa provar o mais rapidamente a sua inocência dos crimes que eventualmente lhe possam vir a ser imputados”. “Elogiamos o ato de renúncia de Conceição Cabrita que demonstra a total disponibilidade em colaborar com a justiça em todo o processo”, pode ainda ler-se no comunicado assinado por Luís Gomes, antecessor de Conceição Cabrita na presidência da Câmara de Vila Real de Santo António.

Comunicado do PSD de Vila Real de Santo António de 15 de Abril de 2021

Posted by PSD VRSA on Thursday, April 15, 2021

O PSD de Vila Real de Santo António somou-se assim ao presidente da comissão política distrital de Faro do PSD, David Santos, que na quinta-feira disse ter recebido com “surpresa” a notícia da detenção da autarca e esperar que a autarca possa demonstrar a sua inocência.

Segundo o juiz presidente do tribunal de Évora, há cinco arguidos neste caso, que envolveu quatro detenções na terça-feira, no âmbito da “Operação Triângulo”, desencadeada pela Diretoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ). Os arguidos são a presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita, o empresário Carlos Alberto Casimiro de Matos, não só a título individual, mas também na qualidade de representante legal da Sociedade Saint Germain — Empreendimentos Imobiliários SA, João Faustino Ribeiro e José Maria Mateus Cavaco Silva.

A autarca e mais três pessoas — dois empresários e um funcionário da autarquia — foram detidas na terça-feira de manhã pela PJ por suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder na intermediação num negócio imobiliário em Monte Gordo, Vila Real de Santo António, no Algarve, avançou a polícia em comunicado. O negócio imobiliário que esteve na origem das detenções envolveu a venda de um terreno em Monte Gordo, por 5,6 milhões de euros.