A PSP deteve esta sexta-feira 10 pessoas na manifestação de apoio ao juiz Rui Fonseca e Castro, em frente do Conselho Superior de Magistratura (CSM), onde foi ouvido, com a polícia a sublinhar o incumprimento das normas sanitárias pelos manifestantes.

“No início da manifestação foi notório o incumprimento deliberado e generalizado das normas sanitárias por parte dos participantes, em particular, a falta de máscara e o distanciamento físico. Apesar da insistente sensibilização, os mesmos continuaram de forma reiterada a não fazer uso das máscaras, nem a cumprir o distanciamento necessário”, refere o Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP). Cerca de cem pessoas manifestaram-se em frente do CSM em apoio ao juiz que nega a pandemia de Covid-19. Os manifestantes mantiveram-se no local até cerca das 17h00, quando o juiz saiu do Tribunal.

Posted by Habeas Corpus on Friday, April 16, 2021

“Impondo-se a necessidade de fazer cessar os referidos comportamentos de risco foi realizada uma progressão policial, de forma a dispersar os manifestantes, tendo-se procedido à detenção de 10 cidadãos por desobediência, resistência à ordem de dispersão e agressão. Os detidos são notificados para comparência na próxima segunda-feira à autoridade judiciária”, adiantou a PSP em comunicado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entre os detidos está João Patrocínio, secretário-geral do partido Ergue-te  (antigo PNR) e candidato à Câmara de Lisboa, segundo comunicado publicado nas redes sociais do partido. “Foi detido juntamente com outras pessoas quando filmava a concentração de apoio ao juiz Rui Castro”, lê-se.

Joao Patrocinio, Secretário Geral do Partido Ergue-te e candidato à Câmara de Lisboa foi detido juntamente com outras…

Posted by Partido Ergue-te on Friday, April 16, 2021

No mesmo comunicado, a polícia refere ainda que os manifestantes foram alertados por sistema sonoro “para a obrigatoriedade do uso de máscara e cumprimento do distanciamento físico, sob pena de incorrerem em crime de desobediência previsto no Código Penal Português” e que, “face à persistência daqueles comportamentos que inequivocamente colocavam em risco a saúde publica, foram emanadas novas ordens, por sistema sonoro, para a dispersão dos manifestantes, sob pena de incorrerem no crimes de desobediência”.

A PSP refere que as ordens foram reiteradamente desobedecidas por parte dos manifestantes. Todos os manifestantes, que trocaram cumprimentos, abraços e beijos, estavam sem máscara. A Lusa apenas viu uma mulher, enrolada numa bandeira de Portugal, com uma máscara, mas nos olhos.

O juiz Rui Fonseca e Castro, que está suspenso preventivamente por incentivar publicamente ao incumprimento das regras adotadas para controlar a evolução da pandemia de covid-19, esteve a ser na tarde desta sexta-feira ouvido pelo instrutor do seu processo disciplinar no Conselho Superior da Magistratura (CSM). Rui Fonseca e Castro foi recebido à chegada com palmas e abraços e com a frase repetida durante vários minutos “Viva o Rui”.

Ao que o Observador apurou, o juiz entrou no edifício sem máscara, mas foi-lhe pedido que colocasse uma ou que usasse uma viseira: o magistrado optou por depor de viseira.

A associação Habeas Corpus, da qual o magistrado é a única face visível, convocou uma manifestação de apoio ao juiz para a porta do CSM. O juiz começou a ser ouvido no CSM às 15h00 e a manifestação tinha sido anunciada para as 14h00, segundo fonte ligada ao CSM.