O coordenador da Task Force do plano de vacinação contra a Covid-19, Henrique Gouveia e Melo, garantiu este sábado que “ninguém está esquecido” e que os professores e pessoal não docente que não foram chamados para serem vacinados neste fim de semana serão notificados para receberem a vacina ainda durante esta semana.

“Ninguém está esquecido. Se houve docentes e não docentes que não foram incluídos por falha do processo, serão novamente incluídos dentro do processo de vacinação normal com a mesma prioridade que têm agora”, garantiu o vice-almirante Gouveia e Melo, no final de uma visita ao centro de vacinação de Gondomar, acrescentando que os professores e funcionários das escolas vão ser chamados “a partir desta semana”.

Quanto à vacinação dos docentes do ensino superior, Gouveia e Melo recusou comentar a sua inclusão no grupo prioritário, sublinhando que “foi assim decidido”.

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Neste fim de semana, está prevista a vacinação de quase 170 mil professores e pessoal não docente nas centenas de postos de vacinação espalhados pelo país. No entanto, das 187 mil mensagens (SMS) enviadas, 3% destes profissionais (cerca de 5400 pessoas) recusaram receber já a vacina, existindo ainda casos de docentes e funcionários das escolas que não foram convocados devido a uma “falha no processo”.

A vacinação deste grupo prioritário acontece uma semana depois do previsto, depois de o processo ter sido adiado após a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca a pessoas com menos de 60 anos.

A vacinação dos professores e funcionários das escolas é considerado um momento decisivo para a inoculação em massa da população. Nesse sentido, Gouveia e Melo disse estar “muito animado” e faz, até ao momento, uma “avaliação muito positiva” do processo em curso.

“Este processo, como sabem e já foi comunicado, é o grande teste para vacinarmos 100 mil pessoas todos os dias”, sublinhou.

Não tomar vacina é um “totoloto” perigoso

Durante a visita ao centro de vacinação de Gondomar, Gouveia e Melo sublinhou a importância de todos os portugueses se vacinarem e considerou que recusar ser vacinado contra a Covid-19 é um “totoloto” muito mais perigoso do que contrair Covid-19, a doença causada pelo coronavírus.

“Não ser vacinado significa ser um em 600 portugueses que no ano passado morreu, se a pessoa quer estar nesse totoloto acho que não é uma boa solução”, afirmou o vice-almirante, citado pela Lusa.

Quanto ao facto de algumas pessoas quererem rejeitar vacinas em detrimento de outras, o coordenador da Task Force frisou que os casos graves após inoculação são raros, pelo que “um caso em um milhão” é muito diferente de um caso em 600”.

“Não me parece que seja uma boa decisão [não tomar a vacina]. A decisão é individual, cada um tem liberdade para decidir, mas não tomar a vacina é, na minha modesta opinião, um erro e constitui um perigo para a pessoa e para a sociedade”, sublinhou Gouveia e Melo.

Doentes recuperados vão entrar na segunda fase da vacinação

Questionado sobre a vacinação dos doentes que tiveram Covid-19 e que já estão recuperados, Gouveia e Melo afirmou que está a ser redigida uma norma por parte da Direção Geral da Saúde (DGS) e que estes casos serão incluídos na segunda fase do processo de vacinação.

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“Há uma alteração de conceito. Na primeira fase havia escassez de vacinas. Considerando que as pessoas recuperadas estavam de alguma forma imunizadas, o que se fez foi concentrar as vacinas onde era mais necessário”, contextualizar o coordenador da Task Force.

“Nesta segunda fase, havendo uma maior abundância de vacinas, os recuperados vão entrar no processo de vacinação como qualquer outro cidadão”, acrescentou, sem precisar de, nestes casos, será necessário administar uma ou duas doses da vacina.