“Nem é para euforias, nem é para receios infundados”. Foi assim que Paulo Portas classificou a nova fase do desconfinamento que se inicia esta segunda-feira. Mas, mesmo assim, o ex-líder do CDS não vê razões “para retroceder” no plano estipulado previamente pelo Governo de António Costa.

No seu habitual espaço de comentário na TVI, Paulo Portas fez uma comparação com os dados que existiam em abril de 2020, no primeiro desconfinamento, para concluir que “estamos com um número de contágios acima”. Isto é, 332 novos contágios diários na semana 4-10 de maio de 2020 contra 501 na semana passada.

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“Porém, com um número de internados, de doentes nos cuidados intensivos e de fatalidades que é inferior”, sublinha Paulo Portas. Ou seja, 130 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) e 10 mortes no período 4-10 de maio de 2020 para 111 em UCI e 4 mortes neste momento.

A grande diferença reside não só nas medidas que foram tomadas para lutar contra a pandemia em janeiro e fevereiro de 2021, mas também no facto de já existirem vacinas. Aliás, enfatiza Portas, se somarmos o número de pessoas que já foram infetadas com covid-19 — “se contarmos com os assintomáticos, será duas vezes a duas vezes e meia acima do número real de infetados”. Com as 2,5 milhões de doses já administradas (e 600 mil pessoas com as duas tomas da vacina), chegamos a uma “parte muito significativa da população portuguesa”, diz.

Contudo, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros chama a atenção para os testes. “Estamos com um número de testes aparentemente razoável, mas efetivamente muito baixo. Porquê? Porque tem ocorrido um deslizar para os testes antigénios e para os autotestes”, afirma.

Portas constatou que o número de autotestes vendidos foi de cerca de 100 mil mas apenas foram feitas apenas 110 comunicações de resultados positivos à Direção-Geral de Saúde (DGS). “Cuidado. Temos de melhorar o número de testes PCR realizados.”

“Objetivamente não vejo razão para retroceder no plano de desconfinamento”, conclui.