O Brasil recebeu esta segunda-feira um lote de ingrediente farmacêutico ativo para produzir 5 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, cuja produção no país havia sido interrompida devido à falta de consumíveis. Os 3.000 litros de material desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, de manhã após duas escalas.

Este ingrediente farmacêutico será usado para fabricar doses da CoronaVac, que estão sendo produzidas localmente pelo Instituto Butantan, em São Paulo, instituição científica que também foi responsável pelos testes com voluntários deste imunizante chinês no Brasil.

“Já chegaram ao Brasil suprimentos para mais de 5 milhões de doses da vacina do Butantan. Mais vacinas para o braço dos brasileiros“, disse o governador de São Paulo, João Doria, num vídeo publicado em sua conta na plataforma social Twitter. É o terceiro lote de ingrediente farmacêutico ativo da CoronaVac desembarcado no país sul-americano até agora em 2021.

Embora marcada para 8 de abril, a chegada dos suprimentos foi atrasada por “questões burocráticas“, que levaram o Instituto Butantan a suspender o embalamento e distribuição do medicamento num momento em que a pandemia avança fortemente.

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Da mesma forma, a escassez de consumíveis para a fabricação de novas doses de vacina ameaça a continuidade da campanha de imunização brasileira, que vem ocorrendo desde janeiro e chegou a ser paralisada em pelo menos seis das 27 capitais regionais por falta de medicamentos.

Até ao momento, já foram distribuídas 40,7 milhões de doses da CoronaVac, principal imunizante da campanha de vacinação iniciada em todo o território brasileiro em 17 de janeiro. Com a chegada deste ingrediente farmacêutico, o Instituto Butantan planeia concluir a entrega de 46 milhões de doses ao Ministério da Saúde até 10 de maio, enquanto espera produzir outras 54 milhões de doses até setembro.

Além da CoronaVac, o Brasil avança na campanha nacional com o medicamento desenvolvido em conjunto pelo laboratório anglo-sueco AstraZeneca e a Universidade de Oxford, cuja produção local está a cargo da Fundação Oswaldo Cruz. Com cerca de 210 milhões de habitantes, o Brasil é atualmente o segundo país com mais mortes por Covid-19 no mundo e já acumula um total de 373.335 óbitos e 13,9 milhões de casos confirmados da doença.

A imunização avança lentamente e, até ao momento, cerca de 26,1 milhões de pessoas já foram vacinadas contra o novo coronavírus, o que equivale a 12,3% da população brasileira. A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.020.765 mortos no mundo, resultantes de mais de 141,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.