O número de praticantes de futsal teve um “crescimento acentuado” na temporada seguinte à conquista inédita do título europeu por Portugal em 2018, com 20% de novas inscrições, revela esta segunda-feira um estudo da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

“Observando a variação época a época desde 2010/2011, é possível constatar que nunca a modalidade, nestes dez anos, cresceu tanto como nessa temporada pós-título europeu”, realça o estudo divulgado pelo recente projeto da FPF, o ‘Portugal Football Observatory’.

Após a conquista de Portugal, a 10 de fevereiro de 2018, do europeu de futsal na Eslovénia pela primeira vez na história, registou-se um “crescimento acentuado nas inscrições de praticantes de futsal” na temporada seguinte, de 2018/2019, onde o aumento foi de 09% no número de inscrições por época face à temporada anterior.

Já o número de novas inscrições teve o “forte crescimento” de 20%, sendo que a época 2018/2019 registou “os melhores valores da década” nos indicadores de ‘inscrições por época’ e de ‘novas inscrições’.

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As duas temporadas após o título foram aquelas que mais jogadores efetuaram a segunda inscrição como federados, após a época de estreia, com 57% em cada ano, sendo que nas dez épocas em análise houve um “crescimento quase constante” das reinscrições.

A modalidade teve um aumento de 14% de praticantes entre 2010/2011, onde registava 49.507 praticantes, e 2019/2020, com 56.558, sendo 49.403 destes masculinos (16% de aumento) e 7.155 femininos (03% de aumento).

Por escalões, “verificou-se um crescimento sustentável dos escalões jovens resultante de uma clara aposta na formação”.

“Em dez anos, os jogadores seniores passaram de 40% para 30%”; assinala o estudo.

A taxa de abandono da modalidade, que tem vindo a decrescer ao longo das dez temporadas em análise, continuou a apresentar uma melhoria face aos anos transatos após a conquista do europeu de futsal, explica ainda.

Quando questionados os atletas federados que pretendem deixar a prática da modalidade no próximo ano, estes referiram que os faria mudar de ideias “melhores condições logísticas/financeiras e profissionalização, seguido de conciliação de horários, competições (regresso das competições ou maior competitividade) e disponibilização de oferta”.

Com base nos inquéritos feitos a atletas masculinos e femininos, regista-se um forte impacto dos vários prémios internacionais conquistados, como a distinção de melhor jogador do mundo atribuída a Ricardinho ou a de melhor selecionador do mundo a Jorge Braz, ou o título europeu, que é mais assinalável nos praticantes masculinos.

Segundo as conclusões do estudo, antes do título, o futsal português já se encontrava numa “clara trajetória de crescimento desde 2012/2013” e “outro título não é condição indispensável” para manter o trajeto ascendente.

É ainda realçado que o “nível de competitividade pode e deve crescer” através do aumento de jogos equilibrados, ou seja, com uma diferença não superior a três golos entre o vencedor e o vencido.

Há, ainda, margem de progressão no que respeita ao nível médio da formação dos treinadores das principais competições, algo que se afigura expectável em função das melhorias verificadas, ao longo dos últimos anos, na quantidade e na qualidade da formação disponível”, destaca ainda.

O estudo foi realizado através da base de dados da FPF, entre as épocas 2010/2011 e 2019/2020, e também com recurso a questionários preenchidos por jovens com idades superior a 13 anos, praticantes ou não da modalidade, de forma federada ou informal, que foram divulgados através da rede social Facebook.