A Juventude Social-Democrata pediu esta segunda-feira ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, para que mobilize “o máximo e as melhores forças” desta organização no apoio a Moçambique, e apele ao maior envolvimento da comunidade internacional.

Num comunicado da Comissão Política da JSD, esta organização autónoma do PSD lamenta que “só ao fim de quatro anos é que a comunidade internacional esteja finalmente de olhos postos em Moçambique”, recordando que já em novembro do ano passado tinha pedido ao Governo português que “disponibilizasse todo o apoio necessário para combater o terrorismo e acabar com a situação dramática que se vive em Cabo Delgado”.

“Tendo sido fundada com o objetivo máximo da manutenção da paz a nível mundial, é da vital importância que o Excelentíssimo Sr. Secretário-Geral das Nações Unidas, engenheiro António Guterres, invoque uma forte mobilização internacional de apoio a este país”, apela a JSD, num comunicado assinado pelo seu presidente, o deputado Alexandre Poço.

Para esta estrutura, é também urgente “apoiar de forma substantiva as organizações não governamentais que prestam auxílio à população de Cabo Delgado, em especial às crianças, jovens e mulheres”.

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A Juventude Social Democrata dirige-lhe este apelo também enquanto português. Neste momento, há um povo-irmão da Lusofonia – uma identidade que nos orgulha no mundo – a sofrer e a passar um momento bastante difícil. É a solidariedade que almejamos como valor primordial da Lusofonia que está em causa. Numa família, estamos lá um para os outros, particularmente quando a hora é difícil e o apoio é urgente”, afirmam.

No comunicado, a JSD apela a António Guterres para que “mobilize o máximo e as melhores forças da Organização das Nações Unidas para acabar de vez com este conflito, e que apele a toda a comunidade internacional para que apoie Moçambique e os moçambicanos num dos períodos mais difíceis da sua história”.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo “jihadista” Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo contas feitas pela Lusa, e 700.000 mil deslocados, de acordo com as Nações Unidas.

“Hoje, quase um milhão de pessoas enfrenta fome severa como resultado desta insurgência, sendo ainda mais preocupante o facto de cerca de metade daqueles afetados pela violência serem crianças e jovens com menos de 18 anos. Recentemente, a ONG Save the Children alertou para a morte de crianças de apenas 11 anos, decapitadas perante os próprios pais”, acrescenta a JSD.

O mais recente ataque foi feito em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso.

As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expetativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.