O concurso público promovido pela Metro do Porto para a remodelação do Polo da Asprela, que inclui um novo interface na Estação do S. João, não recebeu qualquer “proposta válida”, obrigando a empresa a lançar um novo procedimento.

“Houve cinco concorrentes que se apresentaram [a concurso], mas todos eles com propostas acima dos três milhões de euros de preço base deste concurso público. Logo, todas as propostas foram rejeitadas e não houve qualquer adjudicação, pelo que o procedimento ficou sem efeito”, explicou esta terça-feira a Metro do Porto em resposta à Lusa.

O concurso público para a remodelação do Polo da Asprela, que inclui um novo interface na Estação do S. João e que permitirá aumentar a capacidade na Linha Amarela para 16 veículos/hora, foi lançado em 26 de fevereiro, tendo sido definido um prazo de execução da empreitada de seis meses.

“Permanecendo inteiramente válidos os pressupostos para esta obra e a necessidade operacional de a executar a curto prazo (sobretudo pelos seus reflexos na melhoria do desempenho da Linha Amarela), o Conselho de Administração decidiu abrir novo concurso público, que tem um valor-base de referência de 2,8 milhões de euros”, indica a Metro do Porto.

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A diferença no valor face ao anterior explica-se pela não integração neste novo caderno de encargos do fornecimento de uma “Bretelle”, um equipamento que consiste numa diagonal dupla que permite a realização de manobras de mudança de via.

Este equipamento foi encomendado e vai ser adquirido diretamente pela Metro do Porto, pelo valor de 550 mil euros, cabendo depois ao vencedor deste novo concurso público não apenas instalar a “Bretelle”, como executar toda a restante obra, nomeadamente a construção das lojas.

O novo concurso público para a Empreitada de Remodelação do Términus do Hospital de São João foi lançado em 12 de abril, estando o prazo para apresentação de propostas a decorrer até 10 de maio, informou a operadora.

Com um prazo de execução de 174 dias, o novo interface, projetado pelo arquiteto Adalberto Dias, disponibilizará, para além de uma Loja Andante e de uma cafetaria, “as melhores condições para a ligação entre a Linha Amarela e os autocarros da STCP, num espaço coberto e confortável para os clientes, mas também para os trabalhadores dos diversos operadores de transportes que ali operam”, assinalava a operadora à data do lançamento do primeiro procedimento.

No Polo Universitário, o projeto contempla uma nova Loja Andante, igualmente com cafetaria, na alameda entre os acessos à Estação de Metro e próximo à entrada principal do I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde.

De acordo com a Metro do Porto, o impacto deste projeto não se limita “à significativa melhoria das condições de conforto e ao incremento da intermodalidade na zona do Hospital e do Polo da Asprela”, sendo também relevante “em toda a extensão da Linha Amarela, cuja operação regular poderá aumentar dos atuais 11 para uns futuros 16 veículos por hora e sentido”.

“Este aumento de quase 50% traduz-se numa melhoria direta das frequências de circulação ao longo do percurso que liga o Hospital de S. João a Santo Ovídio (e posteriormente, com a empreitada de prolongamento da linha, também a Vila d’Este)”, assinalava, na altura, a empresa.

Conhecida como “a linha das linhas”, dado que representa mais de um terço da procura total da rede, o grande eixo norte-sul do Metro do Porto ganhará maior capacidade – para servir até cerca de 15 mil clientes/hora – e melhores frequências, podendo ir até intervalos de três minutos e meio entre veículos.

O investimento é suportado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Ação Climática, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), e pela Câmara Municipal do Porto.