O presidente executivo da Brisa, António Pires de Lima, revelou esta quarta-feira que o tráfego nas autoestradas concessionadas à empresa “caiu mais de 25%” em 2020, face a 2019, devido à Covid-19, mantendo-se essa tendência este ano.

“Sofremos muito e ainda não ultrapassámos esta pandemia como cidadãos, do ponto de vista de saúde, económico, da qualidade das nossas vidas e também mental”, afirmou esta quarta-feira Pires de Lima, numa cerimónia na Autoestrada do Sul (A2), na zona de Almodôvar (Beja). E “a Brisa não é, obviamente, uma exceção a este ano difícil”, que foi 2020, assinalou, destacando que o tráfego nas autoestradas concessionadas à empresa, no ano passado, “foi seriamente afetado com as decisões que houve que tomar” em termos do confinamento, que foram “necessárias” e “compreensíveis”.

O tráfego “caiu mais de 25% relativamente ao último ano normal, 2019”, num “esforço e sofrimento que continuou no primeiro trimestre de 2021” e que “continuará nos próximos meses”, alertou. “Ainda neste primeiro trimestre de 2021”, em comparação com períodos homólogos, “o tráfego caiu face a 2019 quase 40% e relativamente a 2020 quase 30%”, acentuou Pires de Lima.

O presidente executivo da Brisa discursava na área de serviço de Almodôvar na A2, no sentido Norte-Sul, onde foram esta quarta-feira inaugurados os primeiros postos de carregamento elétrico ultrarrápido instalados numa autoestrada nacional, o que assinalou o início da rede Via Verde Electric. Estes primeiros quatro postos, com uma potência de 350 kilowatts (kW), distribuídos pelas duas áreas de serviço de Almodôvar da A2 (tanto no sentido Norte-Sul, como no sentido contrário), resultam de uma parceria entre a Brisa, a IONITY e a Cepsa e podem ser utilizados, desde esta quarta-feira, pelos condutores. Ao abrigo da parceria entre estas três empresas no Via Verde Electric, serão instalados 12 postos de carregamento ultrarrápido nas áreas de serviço de Barcelos, na A3, de Estremoz, na A6, ambos em maio, e em Leiria, na A1, em julho.

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Mas o Via Verde Electric abrange mais empresas parceiras e autoestradas da Brisa, contemplando a instalação de um total de 84 postos de carregamento ultrarrápido, em 21 áreas de serviço, num investimento global de cerca de 10 milhões de euros, de acordo com informações da Brisa.

Ainda a propósito da pandemia de Covid-19, António Pires de Lima disse que estes são “tempos realmente muito exigentes, mas também desafiantes”, que serviram para que “alguns temas” conhecessem “uma grande aceleração”, como os que “têm a ver com a sustentabilidade e a digitalização”.

“Hoje são os mercados, os acionistas, os investidores a porem nota forte na urgência de combatermos as alterações climáticas e de darmos resposta aos desafios da sustentabilidade em tudo aquilo que é a nossa atividade económica”, frisou. E, a esse propósito, que constitui “um desafio bom”, o presidente executivo da empresa realçou que a Brisa “ficou em primeiro lugar” no ranking GRESB em 2019 e em 2020, como “a operadora mais qualificada”, de entre “todas as empresas de infraestruturas europeias”, em termos “da sua responsabilidade social, da sua qualidade de governação e, sobretudo, do ponto de vista de sustentabilidade ambiental“. “É a operadora de autoestradas mais sustentável do ponto de vista ambiental em todo o mundo e é portuguesa”, congratulou-se o responsável.