A Global Media Group — que detém o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF — anunciou que a partir de 15 de maio vai aderir ao regime de apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade, noticiou o Meios&Publicidade.

Este é um apoio financeiro da Segurança Social e destina-se exclusivamente “para efeitos de pagamento da compensação retributiva aos trabalhadores abrangidos pela redução do período normal de trabalho”. No caso da Global Media Group, os trabalhadores, sejam jornalistas ou não, terão uma redução de 30% no horário de trabalho.

O site do programa refere que “a compensação retributiva é suportada em 70% pela Segurança Social, cabendo ao empregador assegurar os remanescentes 30%”. Este apoio pode ser aumentado até um limite de 1.995 euros, que corresponde a três vezes a Remuneração Mínima Mensal Garantida (RMMG).

A compensação retributiva é ainda aumentada no estritamente necessário, de modo a assegurar a remuneração normal ilíquida do trabalhador, incluindo a retribuição pelas horas trabalhadas e a compensação retributiva pelas horas não trabalhadas, até ao limite máximo de 3RMMG (1.995€), suportando a Segurança Social esse valor, sem encargos adicionais com contribuições sociais para as entidades empregadoras”, lê-se no site do programa.

No caso do Global Media Group, todos os trabalhadores que tenham um vencimento bruto acima dos 1.995 euros terão um corte de 6 por cento.

No Facebook, o jornalista João Pedro Henriques diz que o grupo está a fazer “um novo lay off“. “Cortes nos horários de 30%. Se preferirem: um dia e meio por semana (em cinco). E cortes salariais de 6% (para salários acima dos 1.995 euros brutos)”, comenta.

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Reação do jornalista João Pedro Henriques à notícia do Meios&Publicidade — Facebook

Para os que têm vencimento inferior, está garantido 100% do vencimento, mesmo com o corte no horário de trabalho. O problema, destaca o jornalista, é que a redação do DN está reduzida a duas dezenas de jornalistas, que têm de assegurar o site e uma publicação diária. Ou seja, a redução de horário vai fazer com que seja mais difícil assegurar um trabalho de qualidade e a viabilidade da publicação.

Em setembro, claro, estaremos, na qualidade do jornalismo que fazemos, pior do que estamos hoje. E portanto menos preparados para voltarmos a ser viáveis. E logo com necessidade de mais cortes”, escreveu João Pedro Henriques.

O grupo já tinha despedido 81 pessoas em outubro de 2021, dos quais 17 jornalistas. E, em abril de 2020, tinha colocado 538 funcionários em lay off.

Dona do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF anuncia despedimento coletivo

No âmbito dos apoios aos media nacionais, o grupo tinha recebido 1,064 milhões de euros.