A polícia russa deteve pelo menos 1.784 pessoas nas manifestações de apoio ao dirigente da oposição, Alexei Navalny, na quarta-feira em vários pontos da Rússia, indicaram esta quinta-feira organizações não-governamentais.

Na quarta-feira, milhares de manifestantes apelaram à libertação de Navalny, que se encontra em greve de fome há mais de três semanas. O estado de saúde de Navalny é considerado grave, em virtude da greve de fome, e preocupa os apoiantes do oposicionista.

De acordo com os dados divulgados este dia pela organização OVD-Info, cerca de 850 pessoas foram detidas em São Petersburgo, a segunda cidade da Rússia, onde se registaram atos de violência policial contra os manifestantes. Segundo a mesma fonte, 84 manifestantes passaram a noite nos calabouços da polícia de São Petersburgo.

Em Moscovo, as concentrações de apoio a Navalny localizaram-se perto do Kremlin e junto do edifício dos serviços de segurança e informações (FSB), não se tendo registado incidentes. Mesmo assim, de acordo com a OVD-Info, 30 pessoas foram detidas nos dois locais.

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Verificaram-se detenções em 95 cidades da Rússia, principalmente em Oufa (119 detidos), Kazan (68) e Barnaoul (58). Os apoiantes do oposicionista apelaram aos protestos em mais de uma centena de cidades, quarta-feira, dia marcado pelo discurso anual de Vladimir Putin.

Diversos ativistas foram detidos antes do início dos protestos e outros enquanto decorriam os desfiles, tendo ainda sido relatadas buscas em locais com ligação à organização do opositor.

O anterior movimento de contestação, após a detenção de Navalny em janeiro, originou mais de 11.000 detenções e pelo menos sete pesadas penas de prisão por acusações de “violências” contra a polícia.

Alexei Navalny, o principal oponente do Presidente russo, Vladimir Putin, foi preso em janeiro ao voltar da Alemanha, onde passou cinco meses a recuperar de um envenenamento com um agente neurotóxico que foi atribuído ao Kremlin, acusações que as autoridades russas rejeitaram.