Caitlyn Jenner, ativista dos direitos dos transgénero e que se casou com Kris Jenner (mãe de Kim Kardashian), anunciou esta sexta-feira na sua conta pessoal do Twitter que se deverá candidatar ao cargo de governador da Califórnia pelo partido republicano, para tentar substituir o democrata Gavin Newsom, num processo eleitoral que deverá acontecer ainda este ano.

“Estou dentro. Vale a pena lutar pela Califórnia”, escreveu Caitlyn Jenner no Twitter. Em comunicado, assinala ainda que os californianos vivem uma “oportunidade de tudo ou nada” para mudar o rumo da gestão do estado, que, na última década, tem sido controlado pelos democratas. “Os californianos querem mais e merecem melhor do seu governante”, atira.

Gavin Newsom deverá ser obrigado a convocar novas eleições para continuar no cargo, sendo que como condição para que haja um processo eleitoral do género, 1,5 milhões de californianos têm de assinar uma petição para o efeito, o que o New York Times dá como certo.

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Na origem do descontentamento contra o atual governador está a gestão da pandemia no estado e o confinamento decretado, que Caitlyn Jenner descreve como sendo “muito restritivo”, acusando ainda o democrata de mandar os cidadãos ficarem em casa, enquanto “vai jantar com os seus amigos lobistas”.

Este possível processo de destituição tem sido apontado como uma maneira de os republicanos conseguirem lutar contra a hegemonia do Partido Democrata no estado, indica o jornal norte-americano. Nas últimas eleições estatais de 2018, Gavin Newsom obteve 61,9% dos votos, contra o republicano John H. Cox.

Resultado idêntico obteve Joe Biden em novembro de 2020 — o atual Presidente dos EUA conseguiu quase reunir 64% dos votos, no estado que contribuiu com o maior número de eleitores (55) no colégio eleitoral norte-americano.

A candidatura de Caitlyn Jenner também deverá ser um importante marco para os direitos dos transgénero — é que o ex-atleta olímpico poderá tornar-se o primeiro governante transgénero à frente de um estado norte-americano.

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