Georges Tron, autarca da cidade de Draveil, foi condenado em fevereiro a três anos de prisão efetiva pela prática de violação e de agressões sexuais a uma das suas colaboradoras, mas recusa-se a abdicar do cargo, continuando a gerir a autarquia desde a prisão. Vários grupos feministas exigem a sua demissão e consideram a situação “escandalosa” e “revoltante”.

É através de cartas que Georges Tron tem conseguido comunicar com a sua equipa, sendo que não vê qualquer “impedimento” em continuar a exercer a função de autarca, argumentando que também apresentou um recurso da decisão judicial.

O The Guardian dá conta, por exemplo, de que a reunião municipal desta semana começou mesmo com a leitura em voz alta de uma carta sobre o orçamento da cidade para o próximo ano, o que gerou mal-estar entre os partidos da oposição.

A situação tem causado uma forte controvérsia, principalmente junto a organizações feministas. A Associação Europeia Contra a Violência das Mulheres no Trabalho considera “inconcebível” que um agressor sexual continua a gerir uma autarquia e Nous Toutes, uma organização feminista francesa, também já fez chegar o assunto primeiro-ministro francês, Jean Castex.

Contudo, ainda não houve qualquer resposta por parte do governo, sendo que também, no Senado, Laurence Rossignol (PS) exigiu que Georges Tron fosse destituído do cargo, ao que Éric Dupond-Moretti, ministro da Justiça francês e que também já foi advogado de defesa do autarca, respondeu que tal não era possível, devido ao recurso apresentado.

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