Em vésperas dos VO65 e os IMOCA saírem para a água em Lorient, França, onde arrancará a primeira edição da Ocean Race Europe, o diretor de prova, Richard Brisius, elogia o “bom trabalho” da Mirpuri Foundation Racing Team.

A tripulação portuguesa da Fundação Mirpuri foi a primeira a garantir uma vaga na inaugural regata oceânica, na classe VO65, que terá em Cascais o primeiro dos quatro “stopovers” da competição, com previsão de início em 29 de maio e encerramento na terceira semana de junho.

“A Mirpuri Foundation Racing Team é uma equipa fantástica. Assistimos à determinação e ‘mindset’ na última edição da Ocean Race e, agora, estão a criar a sua própria equipa”, começa por afirmar, em entrevista à agência Lusa, o sueco Richard Brisius, referindo-se à participação da equipa nacional na regata à volta do mundo, entre 2017/2018, como parceiro principal para a sustentabilidade ambiental, sob o lema “Turn the Tide on Plastic”.

O diretor da prova, que partirá do porto de Lorient e passará pela baía de Cascais e Alicante (Espanha), antes de cortar a meta em Génova (Itália), acredita que a adesão da embarcação da Fundação Mirpuri “é um voto de confiança neste novo formato da histórica competição (The Ocean Race)”.

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A Mirpuri Foundation Racing Team tem contribuído imenso para a sustentabilidade ambiental. E só o facto de o barco correr com o nome ‘Racing for the Planet’ mostra a intenção de contribuir para um planeta melhor e fazer todos os possíveis para alcançar os melhores resultados na água”, frisa.

Na inédita Ocean Race Europe, o VO65 português, que terá a bordo o “skipper” francês Yoann Richomme, os velejadores olímpicos Mariana Lobato, Bernardo Freitas e Frederico Melo, o australiano Jack Bouttell, vencedor da última edição da Ocean Race, o compatriota Nicolas Lunven, a inglesa Emily Nagel e o espanhol Willy Altadill, vai competir com mais seis embarcações e, apesar de Brisius recusar prognósticos, confessa acreditar na recompensa pelo “bom trabalho.”

Não sou português e não quero fazer previsões, mas, pelo que tenho acompanhado, estão a fazer um bom trabalho. Começaram cedo a preparação, o que tradicionalmente traz bons resultados, em qualquer desporto. A equipa tem pessoas com qualidade e espero sinceramente que façam uma boa corrida”, justifica o sueco.

Quanto às expectativas para a estreia de Cascais nas provas sob a chancela da Ocean Race, Richard Brisius reconhece que são “entusiasmantes”, atendendo à previsível “tensão para saber como acaba a primeira etapa, o que será muito interessante para os fãs.”

“Haverá algum tempo de descanso, mas não muito, porque irá realizar-se ainda o Mirpuri Foundation Sailing Trophy (5 de junho) junto à costa, permitindo a todos ter uma visão próxima dos barcos. Só depois, daremos início à segunda etapa da Ocean Race Europe (6 de junho)”, acrescenta.

Além de explicar que a “Ocean Race Europe é um evento nascido com o propósito de unir a Europa e colocar na agenda europeia as questões ambientais”, Richard Brisius lembra que “Cascais e Portugal têm uma cultura e uma história muito forte à volta do mar, da vela e da Ocean Race.”

“Temos muitos amigos em Portugal e quando surgiu a oportunidade de a regata passar em Cascais foi um prazer, não só pela história que acabei de mencionar, como pela questão geográfica e filosófica. Portugal é um ponto extremamente importante na Europa e estamos muito orgulhosos de levar a Ocean Race Europe até lá”, sublinha o antigo velejador.

Depois do adiamento da The Ocean Race para 2022/2023, segundo Brisius, o “maior impacto nas regatas, até ao momento, causado pela pandemia da Covid-19”, o lançamento da Ocean Europe, que estava previsto para 2023, foi antecipado e servirá como uma espécie de antecâmara para a grande volta ao mundo.

As etapas desta nova competição terão a duração de três a quatro dias, dependendo da distância e condições meteorológicas, a as frotas dos VO65 de design único e os inovadores IMOCA vão competir em provas separadas, cada uma com o seu próprio troféu.