Mais de 40 animais de espécies protegidas, entre os quais tartarugas, cobras e tarântulas, foram apreendidos pela ASAE no concelho de Cascais, na sequência de uma investigação relacionada com a prática do crime de danos contra a natureza

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) adianta em comunicado, hoje divulgado, que a investigação teve início em fevereiro de 2020 e foi dirigida a páginas de anúncios e de Facebook utilizados para publicitar ofertas online de animais de espécies protegidas para venda, que posteriormente eram expedidos através de encomenda postal ou entrega direta.

A ação de fiscalização foi realizada na semana passada por agentes da Unidade Nacional de Informações e Investigação Criminal (UNIIC) da ASAE, que deram cumprimento a sete mandados de busca, no âmbito de uma investigação relacionada com “a prática do crime de Danos contra a Natureza, nas localidades de Estoril e Alcabideche”, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa.

Segundo a ASAE, um dos dois suspeitos, que não tinha registo legal no Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICFC), alegou ser biólogo junto de alguns compradores, “para criar a convicção da legitimidade da proveniência dos animais, adquirindo algumas espécies fora do país e procedendo posteriormente à sua criação, de forma oculta, numa sala de um centro comercial, de onde expedia as encomendas, através de correio”.

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Na sequência da ação de fiscalização, foram apreendidos 44 animais de espécies protegidas, de acordo com a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, para os quais os suspeitos não possuíam os respetivos certificados exigidos por lei.

Foram apreendidas espécies variadas, designadamente 32 tartarugas (das espécies estrelada-indiana, gregas, leopardo, esporas-africana, jabuti-piranga, entre outras) duas cobras da espécie phytons regius, cinco camaleões da espécie Furcifer pardalis e Chamaeleo calyptratus, cinco tarântulas de várias espécies e 11 ovos de tartaruga que estavam em incubação.

“Os dois visados foram constituídos arguidos e sujeitos a Termo de Identidade e Residência”, refere a ASAE, acrescentando que as buscas contaram com o apoio técnico-pericial do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.