Depois de ter conseguido um pódio na segunda de duas corridas em Diriyah, António Félix da Costa, o campeão mundial de Fórmula E em título, apostava forte nas duas provas de Roma onde iria estrear um novo carro pela DS Techeetah para se aproximar dos lugares cimeiros da classificação. Não correu bem: na primeira prova, após uma qualificação complicada onde saiu demasiado atrás, sofreu um furo quando estava em crescendo e teve de desistir quando lá na frente uma série de acidentes mexiam nos lugares cimeiros; na segunda, também marcada pelos problemas na qualificação, recuperou e acabou em sétimo. Contas finais, o português chegava a Espanha na décima posição da geral com 21 pontos, a 22 pontos do líder Sam Bird. Era o momento para recuperar.

Félix da Costa termina em quarto mas sobe ao pódio na Arábia Saudita e recupera posições no Mundial de Fórmula E

“Já sabia que ia ser complicado mas a corrida anterior serviu de treino. Fui com a mesma mentalidade, sempre ao ataque, sem nunca desistir, com muitas ultrapassagens, uma grande recuperação até ao sétimo posto. Foi um fim de semana em que, no geral, as coisas não nos saíram bem, mas saio confiante que temos um carro vencedor, uma equipa vencedora, por isso muito expectante para o que o resto da temporada trará e muito confiante de que podemos lutar”, comentara no final da segunda corrida no traçado citadino de Roma.

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Félix da Costa sobe sete posições, acaba no sétimo lugar e volta a entrar nos pontos no segundo Roma ePrix

“Este é um circuito que conhecemos bem, tivemos muitos testes de pré-temporada aqui [em Valência] e estou confiante. É verdade que a época não começou da melhor maneira mas não por temas de andamento, temos um carro competitivo, a equipa está confiante, eu estou confiante e é um circuito perfeito para começarmos a nossa reviravolta no campeonato. Temos tudo no sítio para conseguir. Sempre andámos aqui muito bem, vamos ver. Acho que pode chover, pode ser mais um dia confuso, mas queremos que seja um dia limpo e sem problemas, marcar muitos pontos e voltar forte ao campeonato”, destacava o piloto na antecâmara do primeiro Valência ePrix, num circuito Ricardo Tormo que passava agora a integrar o Mundial de 2021.

Com ajuda “externa”, António Félix da Costa dificilmente poderia ter conseguido um início melhor: apesar de ter feito o segundo melhor tempo na qualificação (quando parecia que não ia ficar sem esse melhor registo), sendo superado com uma exibição fantástica de Stoffel Vandoorne no segundo e terceiro setores, o belga da Mercedes acabou por ser penalizado por irregularidades nos pneus e foi relegado para o último lugar da grelha, dando ao português a primeira pole position da temporada pouco antes de começar a chover (e bem) em Valência.

Com o safety car a fazer apenas uma volta mas com a pista com spray em várias zonas, António Félix da Costa aproveitou a saída para ganhar logo uma ligeira vantagem sobre Max Günther e começar uma corrida onde até pela pista molhada estaria em melhores condições antes de nova entrada do safety car depois de André Lotterer voltar a estragar a sua corrida e a de vários outros pilotos, ficando neste caso Sebastién Buemi como principal prejudicado ao não conseguir depois tirar o carro da gravilha. Os dez minutos iniciais praticamente não tinham sinais de verdadeira corrida, o que beneficiava o português e prejudicava quem estava nas posição atrasadas e pretendia recuperar, com Stoffel Vandoorne a ser o exemplo paradigmático disso mesmo.

As condições da pista iriam propiciar vários toques, saídas e peões, forçando a um trabalho extra do safety car quando Max Günther saiu a direito numa curva e anulou uma vantagem de Félix da Costa que já estava nos quatro segundos, com Nyck de Vries a ser um adversário com outros argumentos para o português nos últimos 20 minutos de corrida quando Alexander Sims e Alex Lynn começavam a ficar um pouco para trás da dupla que liderava a corrida antes de nova paragem para safety car, agora após saída de Sérgio Sette Câmara e Mitch Evans (acidente que ficou também sob investigação). E foram essa condicionantes que levaram a um autêntico volte face na última volta, com o português a descer a uma impensável sétima posição no final da corrida, antes de ficar a saber já depois da prova que por essa questão da falta de energia foi mesmo desclassificado.