Os líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) exigiriam este sábado aos responsáveis pelo golpe de Estado em Myanmar (antiga Birmânia) que acabem com as mortes e libertem os presos políticos, segundo o Presidente da Indonésia, Joko Widodo.

Numa reunião de emergência com o general líder do golpe de Estado, Min Aung Hlaing, que decorreu hoje na capital indonésia, os líderes do sudeste asiático também apelaram para que se inicie, de imediato, um diálogo entre as partes envolvidas no conflito.

“A violência deve ser interrompida, a democracia, a estabilidade e a paz em Myanmar devem ser restauradas imediatamente”, disse Widodo, durante a reunião.

“Os interesses do povo de Myanmar devem sempre ser a prioridade”, sublinhou o Presidente indonésio.

O líder da junta militar de Myanmar chegou a Jacarta para uma reunião de crise com líderes da ASEAN, de acordo com um vídeo oficial.

As imagens fornecidas pelo palácio presidencial mostram o general Min Aung Hlaing a sair do avião, depois de aterrar na capital indonésia para a sua primeira viagem ao estrangeiro desde que os militares tomaram o poder em Myanmar, através do golpe de Estado de 01 de fevereiro.

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A presença de Min Aung Hlaing tem motivado críticas, por se considerar que o convite é uma legitimação da junta militar.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o seu antecessor, Ban Ki-moon, pediram esta semana à ASEAN para agir, de forma a acabar com a repressão contra os civis em Myanmar, durante a cimeira.

Mais de 700 pessoas morreram durante a repressão policial e militar contra o golpe de Estado, segundo a Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP), que contou mais de 3.200 detidos, incluindo a líder deposta, Aung San Suu Kyi.