O primeiro-ministro vai inaugurar esta segunda-feira a modernização da rede ferroviária entre Viana do Castelo e Valença, obras que implicam um ferrovia de tração elétrica, mais silenciosa e rápida. No entanto, como noticia o Público na edição de segunda-feira, a forma como é gerida a exploração do tráfego na linha do Minho apoia-se em métodos que quase não mudaram desde há cem anos.

Os comboios elétricos começaram a circular no domingo, mas a inauguração terá lugar nesta segunda-feira com a presença de António Costa numa curta viagem entre aquelas duas cidades num comboio regular. De acordo com a notícia avançada pelo jornal Público, os métodos são praticamente iguais aos que existiam no século XIX, com a diferença de que, em vez do telégrafo, vai usar-se o telefone para a comunicação entre os quatro chefes de estação.

A linha é de via única e os cruzamentos só podem ser feitos nas estações, pontos nos quais um agente da Infraestruturas de Portugal (IP) terá de se deslocar à entrada da estação para, manualmente, fazer a agulha e dar entrada ao comboio, tendo depois de se deslocar ao extremo oposto da estação para repetir o procedimento.

Ou seja, a segurança dos comboios assenta integralmente em meios humanos devido à ausência de recursos eletrónicos.

Como explica o jornal, esta situação deve-se a um atraso nas obras de instalação de sinalização eletrónica entre Nina e Valença por parte da IP, que ainda não foram avançadas. As obras continuam a decorrer entre Nine e Viana e talvez estejam terminadas no final deste ano. Mas para Valença vai ser preciso esperar por 2022 para que a linha agora eletrificada seja equipada com os sinais elétricos e passe a reger-se por avançados sistemas de telecomunicações.

Inacabado ficou ainda o alteamento das plataformas das estações. Uma opção de baixo custo fez com que a IP só alteasse 80 metros de plataforma, pelo que algumas carruagens ficarão niveladas com a plataforma, mas outras não, o que poderá trazer problemas de segurança para os passageiros.

A inauguração desta segunda-feira representa a segunda fase da eletrificação da linha do Minho. A primeira, entre Nine e Viana, completou-se em 2019. Tudo isto deveria ter ficado concluído em janeiro desse ano, mas as obras que deveriam ter decorrido entre 2017 e 2018 atrasaram-se dois anos.

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