Num périplo pela zona norte do país, António Costa visitou uma fábrica de vacinas, uma escola, a linha ferroviária e em cada paragem aproveitou para ir deixando algumas pistas. Ora as boas relações com a vizinha Espanha que permitem preparar a Europa para responder não a esta pandemia, mas às próximas, ora os bons resultados do desconfinamento até aqui que lhe dão “esperança” para a reunião desta terça-feira no Infarmed.

António Costa diz, sem se comprometer, que espera que a reunião com os especialistas possa confirmar que o país está “no bom caminho”. “No bom caminho para o passo que todos queremos dar, para a última fase do desconfinamento a conta-gotas”, afirmou o primeiro-ministro, antecipando a reunião desta terça-feira com Presidente da República, partidos, parceiros sociais e especialistas no Infarmed. Antes, o primeiro-ministro já tinha deixado uma espécie de aviso: “Se relaxarmos podemos voltar a estar outra vez pior”.

“Este é um combate que tem de ser continuado. É uma luta contra o tempo porque temos de conseguir vacinar mais depressa que o vírus possa mudar”, afirma o primeiro-ministro recordando os objetivos de até ao final do mês todos os maiores de 70 anos já terem iniciado a vacinação e até final de maio todos os maiores de 60.

Para chegar à terceira fase Costa diz que o país “não pode relaxar” e que “tudo tem de continuar a ser feito”: “etiqueta respiratória, higienização das mãos e evitar contactos desnecessários”. O primeiro-ministro frisa que ainda não há dados sobre os níveis de infeção em quem já foi imunizado, pelo que apela a que se mantenham os cuidados mesmo entre a população já vacinada.

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Já na visita à fábrica da farmacêutica espanhola Zendal, em Paredes de Coura, Costa apontou o caminho da colaboração, a longo prazo, com o reino de Espanha.

“É muito importante que esta fábrica exista porque significa aumentar a capacidade na Península Ibérica e na Europa de se produzirem vacinas. Se há algo que esta pandemia demonstrou é que não obstante a vontade política e urgência da vacinação, o grande obstáculo está na capacidade de produção”, apontou António Costa recordando “uma empresa em particular que tem tido problemas na produção” o que é “uma enorme fragilidade da Europa”.

A ligação entre Portugal e Espanha, através da farmacêutica Zendal é, para o primeiro-ministro português uma prova de que a relação entre os dois países “não é de competição”. Confiante que será possível “vencer a pandemia antes da fábrica estar concluída”, António Costa diz que o investimento está a ser feito “para preparar o futuro, para quando surgirem novas pandemias”.