Foi aprovada em outubro de 2020, prometida para o primeiro semestre de 2021, mas Medina teve outro entendimento e deixou cair a reposição dos sentidos nas laterais da Avenida da Liberdade. Na reunião da Câmara Municipal desta tarde, Fernando Medina deixou escapar que a obra para reposição dos sentidos de circulação na Avenida da Liberdade fica para “um próximo mandato”, mesmo contrariando o que já tinha afirmado o vereador Miguel Gaspar. Medina admite que a Avenida ficaria transformada num “estaleiro” e por isso adiou as obras para depois das eleições. Segundo o autarca, o adiamento é feito para não prejudicar o comércio local, mas o que é certo é que assim também evita sofrer os eventuais efeitos do descontentamento dos automobilistas no trânsito durante a campanha eleitoral.
Em resposta a uma interpelação da vereadora Teresa Leal Coelho, sobre a execução da deliberação que previa a reposição dos sentidos de circulação nas laterais da Avenida da Liberdade Fernando Medina disse ter “tomado a decisão de propor que só fosse realizada num próximo mandato”.
Câmara de Lisboa vai repor sentidos de circulação nas laterais da Avenida da Liberdade
“É uma obra que vai implicar um estaleiro significativo devido às alterações nos semáforos, a obra de repavimentação é muito profunda. Pareceu que em processo de pandemia e numa altura tão delicada para o comércio local estar a incomodar com uma obra desta natureza, seria mais prejudicial que benéfico”, afirmou o edil de Lisboa contrariando o responsável pelo pelouro que logo em outubro de 2020 tinha apontado o primeiro semestre de 2021 como data limite para a conclusão das obras.
Em declarações à TSF, Miguel Gaspar que tem o pelouro da mobilidade, dizia tratar-se de um “trabalho complexo” e que a autarquia previa a realização das obras “no primeiro semestre do próximo ano”, ou seja, até junho de 2021.
Sem qualquer avanço nas obras, Teresa Leal Coelho retomou o tema esta tarde e confrontou Fernando Medina com aquilo que Miguel Gaspar tinha afirmado publicamente. Na resposta, Medina contrariou o vereador e justificou a decisão de adiar a intervenção com as questões da morosidade de complexidade da contratação pública. “A intenção é cumprir a deliberação num momento que seja razoável”, disse Medina com pressa em rematar o assunto, recordando depois o pormenor de ter as eleições autárquicas à porta.
“É evidente que termos eleições autárquicas, a futura maioria política determinará o que entender relativamente a esta matéria, espero que mantenha esta decisão, uma vez virada a página da pandemia possa consensualizar com os comerciantes a decisão para que rapidamente as laterais da Avenida [da Liberdade] possam ter os dois sentidos e aquela zona seja requalificada”, disse.
Ainda antes de Medina dar a discussão por encerrada na reunião pública, Teresa Leal Coelho disse “discordar absolutamente daquela que foi a decisão do presidente da câmara contra uma decisão do Executivo”: “As deliberações são para ser cumpridas, é preciso cumprir as deliberações em democracia é assim. Não entendo porque há este adiamento quando queremos criar as melhores condições. Era possível repor os sentidos e deixar a tal obra para o próximo Executivo”.