A Polícia Judiciária (PJ) realizou uma megaoperação de combate ao cibercrime, na manhã desta quarta-feira, tendo efetuado seis detenções — quatro homens e duas mulheres, com idades entre os 25 e os 70 anos. Além dos detidos, foram constituídos mais 10 arguidos, revelou a PJ, em comunicado.

A operação “BITPHISH” esteve a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalidade Tecnológica da PJ, em articulação com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Ao todo, foram apreendidos cerca de 200.000 euros em dinheiro, um prédio urbano, um automóvel, uma arma de fogo e “diversos elementos de prova”, refere a PJ, sem especificar. Foram feitas 31 buscas.

Em causa está um “grupo criminoso organizado, fortemente indiciado da prática dos crimes de burla informática, falsidade informática, acesso ilegítimo, branqueamento de capitais e associação criminosa“. Os suspeitos recorriam a esquemas de phishing para a obtenção ilegal de dados bancários.

“Em concreto, os agentes do crime enviavam uma mensagem SMS com aparência de origem de uma Instituição Bancária contendo um texto padrão onde induzia a vítima a carregar num endereço eletrónico supostamente para evitar uma multa. As vítimas ao acederem ao link entrava num website semelhante à página do Banco onde forneciam as suas credenciais de acesso ao serviço homebanking“, explica a PJ.

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Depois, as vítimas “eram contactadas por chamada de voz, por indivíduo que dizia ser do serviço de segurança do Banco, com o propósito de enganar a vítima a validar a transferência bancária ilícita realizada“.

Tal como já tinha avançado a TVI24, que noticiou a realização da megaoperação, os detidos serão presentes às autoridades judiciárias competentes, para interrogatório e aplicação das medidas de coação.

Posteriormente, em conferência de imprensa, o inspetor-chefe da Polícia Judiciária José Ribeiro referiu (citado pela RTP): “A rede está muito bem estruturada, quer com os hackers quer com os responsáveis pela engenharia social — pelos contactos com as vítimas — quer a um nível intermédio onde se colocam aquilo que chamamos os angariadores”, isto é, as “pessoas que colocam as suas contas bancárias à disposição da rede criminosa” para se depositarem “as transferências dos montantes retirados às vítimas”.

Notícia atualizada às 12h30 com o comunicado da PJ que indica a detenção de seis pessoas e a constituição de dez arguidos.