A carga fiscal sobre rendimentos do trabalho subiu em 2020, face a 2019, em Portugal, contrariando a tendência da maioria dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo um relatório divulgado esta quinta-feira.

Segundo o relatório “Taxing Wages” publicado esta quinta-feira pela OCDE, no ano passado, o peso do IRS e das contribuições para a Segurança Social nos salários foi em média de 41,3%, mais 0,06 pontos percentuais do que um ano antes.

Portugal encontra-se assim num grupo de sete países (Portugal, Suécia, Turquia, Noruega, Coreia, Nova Zelândia e Austrália) onde houve aumento da carga fiscal sobre o trabalho, contra a tendência da grande maioria dos restantes 29 países onde esta desceu.

Na Colômbia, o peso da fiscalidade nos salários manteve-se.

No conjunto da OCDE, a fiscalidade sobre os salários era em média de 34,6% em 2020, menos 0,39 pontos percentuais do que em 2019, numa descida que, segundo a organização, reflete o impacto das medidas adotadas pelos países durante o contexto da crise da Covid-19.

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Em Portugal, segundo os dados da OCDE, o peso de impostos e contribuições obrigatórias para a Segurança Social numa família com dois filhos, com um dos membros do casal a ganhar o salário médio, atingiu no ano passado 30%, mais 0,08 pontos percentuais face a 2019.

Entre os trabalhadores solteiros, onde o peso da carga fiscal atinge os 41,3%, a subida face ao ano anterior foi de 0,06 pontos percentuais.

Nas famílias com dois filhos e dois salários (um correspondendo à média nacional e o outro representando 67% desta) a carga fiscal sobre os salários foi em média de 36,4% em Portugal, mais 0,09 pontos percentuais do que em 2019, um valor que compara com uma média da OCDE de 28,9% em 2020.