Os portos do continente movimentaram 13,65 mil toneladas de carga em janeiro e fevereiro, um recuo de 4,2% (592,6 mil toneladas) face ao mesmo período do ano anterior, revelou esta quinta-feira a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).

Segundo a AMT, “este desempenho negativo deve-se essencialmente ao mercado do Petróleo Bruto, que registou uma quebra homóloga de 682 mil toneladas (mt), correspondente a -27,8%, maioritariamente originada no porto de Leixões onde se observa uma variação de -649,4 mt (-88,9%)”. Por sua vez, o porto Sines registou uma variação negativa de apenas 32,6 mt (-1,9%). “Esta dualidade de comportamentos resulta da cessação da atividade da refinaria de Matosinhos que, aparentemente, não foi compensada por um acréscimo de atividade na refinaria de Sines“, referiu a entidade.

O mercado dos produtos petrolíferos apresentou, no porto de Sines uma variação positiva de 137,4 mt (+6,1%) e, em Leixões, uma queda de 151 mt (-28,4%).

Apesar do cenário negativo, a AMT destacou o registo da marca mais elevada de sempre nos períodos homólogos observada no porto de Aveiro, que atingiu globalmente um total de 921,13 mt, mais 9,8% do que no período homólogo de 2020. Também em Sines se registou uma variação homóloga positiva, com um crescimento de 10,7%, sobretudo devido ao comportamento dos mercados de carga contentorizada e de produtos petrolíferos.

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Já o movimento de carga processado nos restantes portos ficou abaixo do registado em janeiro e fevereiro do ano passado, sendo a descida mais expressiva observada em Leixões, com uma quebra de 910,7 mt (-27,6%), seguindo-se Lisboa e Setúbal, com diminuições de 235,3 mt (-14,1%) e de 206,7 mt (-21,2%), e Figueira da Foz, com uma queda de 67,5 mt (-21%).

O porto de Sines reforçou a liderança do mercado em termos de tonelagem, atingindo uma quota maioritária absoluta de 57,3%, a mais elevada de sempre nos períodos homólogos e superior em 7,7 pontos percentuais à que detinha em 2020. Na segunda posição surge o porto de Leixões, com uma quota de 17,5%, menos 5,7 pontos percentuais face à do período homólogo de 2020, sendo seguido por Lisboa, que recuou 1,2 pontos para 10,5%, Aveiro, que aumentou 0,9 pontos para 6,7% e atinge a sua quota mais elevada de sempre, Setúbal, que reduziu 1,2 pontos para 5,6%, e Figueira da Foz, que perdeu 0,4 pontos para 1,9%. Viana do Castelo e Faro representaram 0,4% e 0,1% do total da quota de mercado, enquanto Portimão não registou qualquer movimento de carga.

Relativamente ao movimento de contentores, em janeiro e fevereiro foi registado um aumento de 31,38 mil TEU (unidade equivalente a 20 pés), o que corresponde a um crescimento de 7,2%. Este aumento justifica-se sobretudo pelo desempenho do porto de Sines, cujo movimento de contentores aumentou 41,36 mil TEU (+17%), para um volume que representa 60,9% do total.

Quanto ao movimento de navios nos portos comerciais do continente, foram efetuadas 1.472 escalas, representando uma diminuição de 191 escalas (-11,5%), face a janeiro e fevereiro de 2020.

No contexto do comércio internacional (importações e exportações), os grupos de produtos com maior impacto negativo são os dos veículos e outro material de transporte e dos combustíveis minerais, ambos com quebras na ordem dos 33% no que respeita às importações, e de 9,5% e de 17% nas exportações. Com impacto positivo nas exportações, em valor, destacam-se os metais comuns, químico e plásticos/borracha.