O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol decidiu instaurar um processo disciplinar a Pedro Pinho, o agente acusado de agredir um repórter de imagem da TVI na sequência do jogo do FC Porto em Moreira de Cónegos, na passada segunda-feira. Além disso, Pedro Pinho vê ainda a licença de agente desportivo ser suspensa preventivamente por 20 dias, o prazo máximo previsto nos regulamentos.

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A decisão do Conselho de Disciplina da FPF surge depois de uma deliberação da Secção Profissional, a 28 de abril, de acordo com a TVI, tendo como objeto as alegadas agressões de Pedro Pinho ao repórter de imagem do canal de Queluz de Baixo presente no local. O plenário de juízes da Federação determinou então a medida cautelar de suspensão preventiva da licença de agente desportivo pelo prazo de 20 dias, o período máximo que é permitido pelos regulamentos. O processo foi enviado esta quinta-feira para a Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que vai agora realizar toda a instrução do processo. Por outro lado, o Conselho de Disciplina anunciou também a instauração de um processo disciplinar a Francisco J. Marques, diretor de comunicação e informação do FC Porto, assim como à SAD dos dragões, na sequência de uma participação apresentada pela APAF.

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De recordar que, na passada terça-feira, a Procuradoria-Geral da República confirmou ao Observador que já foi instaurado um inquérito às agressões do agente, enquanto que Tiago Brandão Rodrigues, o ministro da Educação, repudiou o episódio. Pedro Pinho, por sua vez, garantiu ao jornal Record estar “arrependido” de um “ato irrefletido” mas garantiu não ter “agredido fisicamente” o repórter da TVI. Já Pinto da Costa, em entrevista ao Porto Canal, assegurou não ter assistido a qualquer agressão por parte do agente.

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“Sobre o que se passou cá fora, disseram-me que estavam a filmar lá fora e limitei-me apenas a perguntar se havia algum problema. Depois vi a confusão, que era o senhor Pedro Pinho. O que vi foi o senhor Pedro Pinho a tentar tapar e tirar a câmara ao repórter da TVI. A posição do FC Porto e a minha em relação a qualquer ato de agressividade é que rejeito, censuro e não posso aceitar. Não vi nenhuma agressão nem vi nenhuma imagem a agredir, e não digo que houve ou não houve. Pedro Pinho é portista, sócio do FC Porto, não tem nenhum cargo, é empresário que trabalha com muitos clubes. Até vi que ganhou 16,6 milhões em cinco anos… Totalmente mentira! Em cinco anos faturou ao FC Porto por serviços prestados 3,3 milhões de euros mas, acrescente-se, meteu nos cofres do FC Porto 7,5 milhões de euros pelo empréstimo do Casemiro, que o Real teve de pagar esse valor para voltar a ficar com ele. Há polícias que são agredidos quando estão a trabalhar, alguma vez se viu este aparato? Porquê isto?”, explicou o presidente dos dragões sobre o episódio e a ligação do agente ao clube. Já esta quinta-feira, Sérgio Conceição não fez a habitual conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Famalicão, agendado para esta sexta-feira.

“Como dizia o saudoso Mário Soares, há o direito à indignação. Quem é espoliado em três penáltis tem esse direito”, diz Pinto da Costa