A Comissão Europeia lançou esta quinta-feira o “Atlas da Demografia”, uma ferramenta que monitoriza as alterações demográficas da UE para “ajudar a aproximar as políticas europeias das necessidades dos cidadãos”, declarou a comissária europeia Dubravka Suica.

A pandemia de Covid-19 “tornou claro” que “as alterações demográficas estão a moldar o futuro da Europa”, juntamente com a transição verde e digital, frisou a vice-presidente executiva da Comissão Europeia, responsável pela pasta da Democracia e Demografia, no lançamento do Atlas da Democracia. “Precisávamos de uma ferramenta para monitorizar e antecipar esta mudança demográfica (…). Com este Atlas, conseguiremos ser capazes de compreender estas alterações demográficas através de uma alta resolução espacial para identificar, por exemplo, as áreas mais afetadas pelo declínio populacional”, explicou.

O objetivo, acrescentou, “é sustentar várias áreas da política – por exemplo, a saúde, o trabalho, o transporte, a educação e o acesso a serviços – (…) com dados oportunos e comparáveis para ajudar a aproximar as políticas da União Europeia (UE) das necessidades dos nossos cidadãos”.

“Esta ferramenta que lançamos hoje é um dos primeiros grandes passos para dar resposta aos vários desafios demográficos com que nos deparamos hoje e também para entender a complexidade do quadro demográfico dos territórios europeus”, sublinhou a comissária, que disse estar prevista já “uma próxima edição”, que será lançada “no final deste ano” e que terá “recursos adicionais e um maior número de dados”.

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A comissária europeia para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel, sublinhou por seu lado a importância da educação, considerando “absolutamente essencial desenvolver um sistema de educação moderno que chegue a todos os cantos da Europa”. “O acesso a este sistema de educação por todos os jovens em todas as regiões da Europa é uma pré-condição para um desenvolvimento equilibrado e para a coesão das diferentes regiões e países europeus”, defendeu.

Já o presidente do Comité das Regiões, Apostolos Tzitzikostas, alertou para “os desafios” associados à tendência de “despovoamento nas áreas rurais e periféricas”, nomeadamente a falta de acesso a serviços públicos e a falta de competitividade económica, que “podem desencadear um círculo vicioso”.

Tendo em conta esta tendência de declínio populacional, Tzitzikostas manifesta preocupações com a recuperação económica destas regiões, que, adverte, será afetada pela “estrutura económica e demográfica” das mesmas. “Estamos preocupados com os cortes no investimento do desenvolvimento das regiões rurais da UE, além da forte centralização. Estamos a trabalhar constantemente para garantir que os fundos de recuperação incluem as necessidades rurais”, vincou. Para o responsável, a integração de “investimentos extraordinários e políticas estruturais”, através da promoção da tecnologia e do capital social, “podem ajudar a alimentar a atratividade das áreas rurais”.