O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, admitiu estar surpreendido pela positiva com o Chega e recusa “diabolizar” o partido de André Ventura, garantindo que a experiência governativa na região autónoma não é uma “tática de sobrevivência politiqueira”.

Eu não diabolizo partidos, aceito a realidade e a vontade do povo. Isso é que é ser democrático”, afirmou Bolieiro em entrevista ao semanário Expresso, referindo que “não se pode acusar o Chega de querer fazer uma diminuição administrativa dos beneficiários do RSI [Rendimento Social de Inserção]”. Pelo contrário, Bolieiro fala em “objetivo de libertação”.

“[O Chega] quer criar política pública para que estas famílias possam ter rendimento por via do trabalho e com isso libertá-las da subsidiodependência. É um objetivo de libertação”, afirma o presidente do governo regional dos Açores, referindo que o PS e o Bloco de Esquerda também já aprovaram proposta do Chega, rejeitando, assim, que sejam apenas os sociais-democratas a normalizar o partido. “Parece que há aqui uma diabolização e uma normalização do Chega, mas se há então todos estamos a fazê-lo”, rematou.

Ventura mantém acordo nos Açores e garante que Bolieiro não exclui coligações na região

Questionado sobre se está surpreendido pela positiva com o Chega, José Manuel Bolieiro respondeu afirmativamente, no entanto, garante que “não está no objetivo” do PSD/Açores fazer coligações com o partido de André Ventura para as autárquicas. “Mas também quero dizer que não vamos diabolizar candidatura alguma, de nenhum partido”, acrescentou.

Em relação ao futuro do PSD a nível nacional, sobre a possibilidade de Rui Rio vir a depender do Chega, tal como aconteceu nos Açores, José Manuel Bolieiro aconselha o líder do seu partido a não fechar a porta a ninguém: “O objetivo é entrar no combate para ganhar eleições, depois logo se vê, com humildade democrática, qual é a vontade do povo.”

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