O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, vai visitar a Ucrânia na próxima semana, numa altura em que persiste a tensão entre Kiev e Moscovo. O anúncio foi feito pelo próprio Blinken, em entrevista à CBS News.

“Há mais forças acumuladas na fronteira com a Ucrânia do que em qualquer momento desde 2014, quando a Rússia realmente invadiu [a Crimeia]”, afirmou o secretário de Estado norte-americano à jornalista Norah O’Donnell, do programa televisivo 60 Minutos, referindo-se às mais de 100 mil tropas russas mobilizadas em vários pontos da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. Moscovo, já começou a retirar parte das tropas, dando por concluída a realização de exercícios militares, apesar de manter uma parte significativa do contingente militar.

Num excerto da entrevista — que será transmitida na íntegra no domingo —, Blinken admite que não sabe quais são as intenções do Presidente russo, Vladimir Putin, em relação à Ucrânia.

Moscovo começou a retirar tropas destacadas na Crimeia

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Há uma série de coisas que [Putin] poderia ou não fazer. O que vimos nos últimos dias é uma decisão de, aparentemente, retirar algumas dessas forças e vimos que algumas delas, de facto, começarem a recuar”, sublinhou o secretário de Estado norte-americano.

A visita de Blinken à Ucrânia é também encarada como uma forma de tranquilizar o Presidente ucraniano, Volodomyr Zelenksy, que há várias semanas denuncia o que considera uma ameaça russa na fronteira entre os dois países. Além disso, Zelensky tem pressionado o Ocidente para que a Ucrânia possa aderir à NATO, uma intenção vista com preocupação em Moscovo.

Entre ameaças e demonstrações de força, Putin sobe o tom e testa limites do Ocidente

A tensão entre Rússia e Ocidente atingiu o ponto mais baixo dos últimos anos, com retórica inflamada de parte a parte. Numa tentativa de melhorar as relações, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs uma cimeira com o seu homólogo russo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, dizsse que o encontro entre os dois presidentes deverá realizar-se no verão. Devido à anunciada visita de Joe Biden à Europa em junho, para a participação na cimeira da NATO, tem se especulado que o encontro se possa realizar nesse mês.