Um funcionário da TAP que perdeu o filho menor e um irmão nos incêndios de Pedrógão, em 2017, foi considerado “ausente” pela companhia aérea por ter estado algum tempo em recuperação. Esse período, contabilizado como “ausência”, fez com que fosse chamado para uma reunião em que o despedimento foi colocado em cima da mesa. A questão acabou por ser resolvida, mas o lugar dele esteve em risco.

Este é um dos exemplos denunciados pelo Jornal Económico da lista de casos que têm marcado a processo de rescisões em curo na TAP. Em causa está o algoritmo criado pela consultora Boston Consulting Group para selecionar candidatos ao despedimento, que acaba por considerados casos como citado, mas também faltas por motivos de saúde até três dias.

O Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil diz mesmo que a TAP está a usar um “algoritmo” que “não tem coração”, acabando por despedir pessoas de forma “injusta”. Isto porque o absentismo é considerado informaticamente como um dos fatores para indicar à TAP o nome de um empregado para uma possível rescisão. Para o sindicato, o problema principal começa no critério estabelecido para definir o que é uma falta justificada ao trabalho.

A Comissão de Trabalhadores denuncia ainda a forma como é avaliada a produtividade dos trabalhadores — outro critério para selecionar potenciais despedimentos: há pessoas que trabalham na TAP há 20 anos e em relação às quais está a ser considerada apenas a função que desempenham atualmente e não todas as anteriores.

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