Os trabalhadores da grande distribuição estão “fortemente mobilizados” para a greve de sábado, pelo direito a não trabalhar no 1.º de Maio e pela negociação do contrato coletivo, segundo a estrutura sindical.

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) afirma em comunicado que “os trabalhadores estão fortemente mobilizados para a adesão à greve no 1.º de Maio”, feriado que assinala o Dia do Trabalhador.

A greve abrange “os trabalhadores de todas as cadeias de supermercados e hipermercados” e outras empresas, como o El Corte Inglês que, pela primeira vez desde que está em Portugal, decidiu abrir no Dia do Trabalhador, diz Célia Lopes, dirigente do CESP, à Lusa.

Os trabalhadores irão realizar piquetes de greve por todo o país e uma concentração no El Corte Inglês, em Lisboa, com a presença da secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha. Em causa está “o direito a não trabalhar no 1.º de Maio e a negociação do contrato coletivo que não é revisto desde 2016“, afirma Célia Lopes.

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Segundo o CESP, os salários dos trabalhadores da grande distribuição, em topo de carreira, são de 665 euros, valor do salário mínimo nacional e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) apresentou proposta para fixar o salário dos trabalhadores especializados (topo de carreira) em 698,25 euros “abaixo do valor previsto para o salário mínimo nacional em 2022”.

Além disso, a associação patronal exige que os sindicatos “aceitem introduzir o regime de banco de horas e aceitem a redução do valor pago pelo trabalho extraordinário“, lê-se num comunicado do CESP.

Fonte oficial do El Corte Inglês disse à Lusa que a empresa reitera o “empenho em manter um quadro de pessoal remunerado acima da média e com elevados níveis de retenção e formação em ambiente de trabalho”, recusando comentários aos protestos agendados pelo CESP.

A empresa explicou que a decisão de abrir no 1º de Maio foi tomada em conjunto com os quadros da empresa e é uma forma de mitigar, “ainda que muito ligeiramente“, as perdas dos últimos meses.

“Estivemos fechados muitos meses e a nossa principal preocupação sempre foi a manutenção dos postos de trabalho e, mesmo quando recorremos ao expediente do lay-off, conseguimos compensar a diferença salarial, com complemento entregue pela empresa”, sublinha o El Corte Inglês.