Ontem um milagre, hoje “o novo sol de Portugal”. André Ventura subiu pela segunda vez ao palco desde o início do III Congresso do Chega para falar de um “único sonho” e de uma “única obsessão”: a de governar Portugal. Num discurso em que apresentou a sua moção estratégica, apontou para um futuro em que o partido vai sentir “dores de crescimento” e confirmou a saída de três vice-presidentes: Diogo Pacheco Amorim, Nuno Afonso e José Dias.

Despreocupado com as “divisões” ou “disputas” internas, olha para estas formas diferentes de abordar o partido como uma “prova” de que o Chega está a crescer e pede que os novos órgãos eleitos “deem continuidade” ao “rumo e trabalho” que acredita não se esgotar na presente geração. O foco é outro, vai muito além das Caves de Coimbra e não deixa dúvidas: “Não desistirei enquanto não formos Governo em Portugal. Nunca desistirei dos portugueses de bem.”

De promessa em promessa, desde a certeza de que será a “expressão pura do Portugal de bem” até à ideia de que “não há cansaço que mova a alegria de continuar a fazer mover esta montanha”. “Não vos posso prometer que chegaremos a bom porto rapidamente, mas posso prometer que luto de manhã à última hora da noite.”

“O Chega passou de partido dispensável a indispensável” e André Ventura considera que tanto os partidos portugueses como o Governo sabem isso. E nos últimos anos aprendeu “muitas lições”, uma delas para “nunca confiar noutros partidos”, com uma referência evidente ao PSD e às negociações para o acordo nos Açores.

Durante o discurso ainda sobrou tempo para as críticas a José Sócrates, numa ligação ao tema da corrupção, como aconteceu ao longo do Congresso, mas as armas mais fortes foram apontadas a António Costa. Para Ventura, se o primeiro-ministro pudesse já estava sentado numa “cadeira dourada em Bruxelas” e já tinha “o delfim Pedro Nuno Santos sentado na cadeira do Governo”. O líder do Chega sugere até que esta troca de cadeiras só não aconteceu porque houve a “embrulhada da TAP no meio”.

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