O primeiro-ministro indiano Narendra Modi perdeu as eleições em Bengala Ocidental, conquistado por Mamata Banerjee, um político dessa mesma região que tem criticado a atuação de Modi durante a pandemia e que cumprirá assim o terceiro mandato.

O estado de Bengala Ocidental é dos poucos onde o partido de Modi, o Partido do Povo Indiano, não tem uma maioria parlamentar. Dos 294 lugares da assembleia, 216 foram conquistados pelo partido de Mamata Banerjee. Setenta e cinco foram para o partido de Modi, que tem mais lugares do que em 2016 (foram apenas três na altura), mas continua abaixo das sondagens, que previam vitórias importante para Modi neste estado.

Estas eleições decorreram em oito fases que se arrastaram por um mês, fazendo delas as mais prolongadas da história de Bengala Ocidental. Em Calcutá, cidade capital deste estado, a proporção de resultados positivos entre os testes realizados atingiu os 50%, indica o The Guardian citando “alguns laboratórios”. A gestão que Narendra Modi fez da epidemia de Covid-19 na Índia está a ser apontada pelo motivo da derrota naquele estado.

A jornalista Swati Chaturvedi escreveu numa crónica citada pelo The Guardian que o partido de Modi “não é uma força imparável” e que “a terrível administração da cruel segunda vaga de Covid-19 e a trágica falta de oxigénio” estão na origem do insucesso do primeiro-ministro em Bengala. Mas o especialista Vinay Sitapati, cientista político, diz que se trata de uma combinação de fatores. E um deles será as políticas anti-islâmicas de Narendra Modi.

A Índia registou esta segunda-feira o número mais baixo de novos casos dos últimos sete dias, com mais 368.147 casos positivos de infeção pelo SARS-CoV-2, mas isso não é suficiente para aliviar a crise no país. Há 12 dias que está com mais de 300 mil novos casos por dia e a diminuição desta segunda-feira pode ser uma mera consequência de um decréscimo no número de testes feitos no fim de semana.

Falta pouco para a Índia atingir os 20 milhões de casos detetados pelas autoridades de saúde desde o início da pandemia, agora agravada pelo surgimento de uma variante mais infecciosa, mas os especialistas dizem que o número real de infetados pode ser cinco a 10 vezes maior do que os dados oficiais. O último balanço dá conta de 3.417 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, ligeiramente menos que as 3.689 contabilizadas no domingo.

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