O ministro dos Negócios Estrangeiros reconhece que o certificado Covid, que está a ser negociado entre os estados-membros, não vai salvar o turismo este ano. “2021 não será ainda um ano de forte recuperação para o turismo”, diz Augusto Santos Silva à agência de notícias EFE. “Alguma recuperação esperamos, mas ainda muito longe dos valores a que chegámos em 2019″.

Ainda assim, o certificado Covid — que permitirá identificar se os cidadãos europeus já foram vacinados, se estão imunizados ou se testaram negativo à doença nos últimos dias — vai “facilitar a circulação entre países da Europa”, aliviando o “impacto negativo que a pandemia teve no turismo”.

“A nossa expectativa é fechar as negociações ao longo do mês de maio, para que o certificado esteja operacional no início do verão”, refere Augusto Santos Silva, numa altura em que Portugal estará a despedir-se da presidência rotativa da União Europeia.

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Nesta entrevista à agência espanhola, o ministro dos Negócios Estrangeiros rejeita ainda que este documento implique qualquer tipo de descriminação, “porque este certificado não é um passaporte — o certificado não é uma condição essencial para circular, as pessoas podem circular mesmo sem o certificado”.

Quem tiver esse documento na mão, e com as condições certas, garante, no entanto, que “não tem que estar sujeita a quarentena ou a medidas excecionais”.

Sobre o turismo britânico, Santos Silva diz que tem havido contactos com o Reino Unido para “gerir um verão com o cuidado que a situação sanitária exige”, embora “tirando partido do facto de que a situação está a melhorar”.

Santos Silva sublinha que o resto do ano será ainda marcado pela Covid. “Ainda não virámos a página da pandemia, pelo que temos de ser muito prudentes, muito graduais”, disse o ministro.