Desde que o treinador português chegou à Roma, em 2019, que existe a ideia de que nunca teve o lugar totalmente seguro. Ainda assim, a última semana acabou por ser o golpe final, entre a goleada sofrida na primeira mão das meias-finais da Liga Europa contra o Manchester United e a derrota com a Sampdoria que deixa muito longe o objetivo de chegar às competições europeias da próxima época. E assim, os rumores confirmaram-se: Paulo Fonseca vai mesmo deixar a Roma no final da época.

“Em nome de todos na AS Roma, gostaríamos de agradecer ao Paulo Fonseca pelo trabalho árduo e pela liderança que demonstrou ao longo destes dois anos. O Paulo liderou a equipa ao longo de vários desafios, incluindo a pandemia de Covid-19 e uma mudança de donos do clube, e fê-lo com generosidade, justiça e uma grande personalidade. Desejamos-lhe o melhor para o seu futuro e temos confiança em como vai representar um valor acrescentando fantástico para onde quer que vá”, pode ler-se no comunicado divulgado pelo clube, em declarações atribuídas a Dan Friedkin, o presidente dos italianos.

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A nota inclui ainda uma mensagem de despedida do treinador português. “Nestes dois anos, experienciámos altos e baixos mas sempre dei o meu melhor por este clube e por esta cidade, que me recebeu muito bem. Quero agradecer a todos os adeptos da Roma, às pessoas que trabalham connosco em Trigoria [centro de treinos], aos jogadores, a todos aqueles que nos apoiaram neste caminho, em particular ao Dan e ao Ryan Friedkin pelo apoio continuado desde que chegaram, e ao Tiago Pinto, um excelente profissional, a quem desejo o melhor no seu caminho neste clube. Ainda temos jogos importantes para ganhar esta temporada e vamos dar o nosso melhor, como sempre. Obrigado, Roma”, disse Paulo Fonseca, deixando um agradecimento especial ao diretor desportivo português, cujas palavras também foram replicadas no comunicado.

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Gostaria de agradecer ao Paulo pelo trabalho que ele fez no clube nas últimas duas épocas. Mesmo que os resultados nem sempre tenham aparecido em campo, temos noção dos vários elementos positivos que nos deixou e vão continuar a ajudar-nos no nosso crescimento, tal como os vários jovens talentosos que ele encorajou e melhorou e o nosso progresso na Liga Europa nesta temporada. Estamos a tentar construir um caminho que nos leve ao sucesso e tenho a certeza de que o Paulo desempenhou o papel dele nesse processo”, atirou Tiago Pinto, que chegou aos italianos a meio da época, proveniente do Benfica.

Paulo Fonseca deixa assim a Roma ao fim de dois anos. O treinador português chegou a Itália depois de três épocas muito bem sucedidas ao comando do Shakhtar Donetsk, onde conquistou três campeonatos, três Taças da Ucrânia e uma Supertaça, mas nunca ficou perto de repetir o mesmo sucesso no clube italiano. Para além de ter gerido a equipa ao longo da pandemia de Covid-19 logo na primeira temporada na Serie A, foi ainda apanhado a meio de um processo algo turbulento a nível institucional, já que a Roma foi adquirida por um grupo de investimento norte-americano em agosto do ano passado.

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Em 2019/20, ficou no quinto lugar da liga italiana, garantindo a qualificação direta para a fase de grupos da Liga Europa e melhorando a sexta posição de Eusebio Di Francesco (e o interino Claudio Ranieri) no ano anterior. Atualmente, está no sétimo lugar da Serie A, a 12 pontos do Nápoles, que ocupa a última vaga de acesso às competições europeias. O ponto alto da época da Roma tem sido o percurso na Liga Europa mas também esse está prestes a acabar: na semana passada, os italianos foram goleados em Old Trafford pelo Manchester United na primeira mão da meia-final e devem falhar o acesso à final da competição. Segundo a imprensa inglesa, Paulo Fonseca é o favorito do Crystal Palace para suceder ao mítico Roy Hodgson na próxima temporada, algo que significaria a estreia do treinador português na Premier League depois de orientar 1.º de Dezembro, Odivelas, Pinhalnovense, Desp. Aves, P. Ferreira, FC Porto, Sp. Braga, Shakhtar Donetsk e Roma.