São “boas notícias para a economia espanhola“, diz um economista. Um importante indicador avançado que mede a atividade do setor dos serviços subiu, em Espanha, após oito meses consecutivos em queda, levando o mesmo analista a afirmar que “a recuperação económica começou, finalmente“, no país-vizinho.

Os dados económicos em questão são os índices de gestores de compras, mais conhecidos pela sigla inglesa PMI (purchasing managers index) e são um indicador avançado porque tentam medir a atividade económica presente, o mais possível, antecipando aquilo que são, depois, os dados mais tradicionais (e atrasados) como a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) e outros.

Os PMI só são medidos para as maiores economias europeias, pelo que não há dados para Portugal. Em Espanha, porém, a divulgação deste indicador trouxe “boas notícias”, refere em nota de análise Steven Trypsteen, economista do holandês ING que segue Espanha e, também, Portugal. “Depois de oito meses consecutivos em queda, o setor dos serviços voltou a crescer em abril – e, assim, tanto o setor da indústria como dos serviços estão a crescer de forma rápida“, afirma o analista.

Foi um salto expressivo. O indicador PMI dos serviços subiu para 54,6 pontos em abril, contra os 48,1 pontos que se tinham registado no mês anterior – sendo que o valor de 50 traça a fronteira entre o que se perspetiva ser uma contração ou uma expansão da atividade naquele setor específico.

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O economista do ING destaca a descida dos números da Covid-19 no final do mês de abril e, “ainda mais importante, a velocidade do programa de vacinação acelerou de forma significativa”. Os últimos dados indicam que 26% dos espanhóis já receberam pelo menos a primeira dose, ao passo que 11% já estarão completamente imunizados. Os números não são muito diferentes daqueles que existem em Portugal.

Mais de 915 mil portugueses totalmente vacinados, 25% da população com a primeira dose

“As perspetivas de uma reabertura da economia parecem ter tornado as empresas mais confiantes em relação ao futuro e, curiosamente, a confiança parece ser suficientemente elevada para que as empresas estejam a recomeçar a contratar”, diz o economista Steven Trypsteen, numa referência ao facto de os dados mensais do emprego apontarem para um aumento da contratação nos serviços, o que acontece pela primeira em um ano.

Para já, o ING mantém a previsão de um crescimento de 1% na economia espanhola, mas “assim que a incerteza desaparecer, é provável que possamos rever em alta a nossa projeção“.