Empresários do setor da diversão itinerante manifestaram-se esta quarta-feira junto ao Ministério da Economia, em Lisboa, para exigir a retoma urgente da atividade, considerando que há “um braço de ferro” entre as Câmaras Municipais e o Governo.

“Não compreendemos como estão a acontecer espetáculos em sala fechada, não conseguimos entender. E nós, ao ar livre, com um plano de contingência, não podemos trabalhar. É discriminação”, afirmou o presidente da Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC).

Luís Paulo Fernandes falava durante a concentração que juntou dezenas de empresários vindos de todo o país, que empunhavam cartazes com as inscrições: “Obrigados a pagar, proibidos de trabalhar”, “As festas não reabriram, mas os casos sempre subiram” ou “Basta discriminação”.

Os empresários do setor estiveram ontem reunidos com o secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor e com o gabinete do Ministério da Economia, mas “não saíram grandes conclusões do encontro”. Em declarações à Rádio Observador, Luís Paulo Fernandes fala de uma reunião “dececionante” e critica o Governo por não avançar com “uma data concreta” para a reabertura, uma vez que “não houve nenhum caso de covid-19 registado no setor” desde o início da pandemia.  O dirigente sublinha que os empresários da diversão itinerante “nunca foram bem tratados” pelo executivo e pede respostas ao gabinete tutelado por Pedro Siza Vieira.

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Acusando o Governo de negligência, o representante explicou que já estão a ser assinados contratos com os municípios para recomeçarem a laborar, mas, recordou, têm sido bloqueados pela tutela.

Segundo Luís Paulo Fernandes, os empresários do setor da diversão itinerante têm autorização para começarem a trabalhar, no Porto, a partir do dia 20 de maio.

“Foi votado em Assembleia Municipal sem votos contra”, frisou, acrescentando que falta autorização do Governo.

Nós precisávamos de nos estar a instalar para, daqui a 15 dias, estar a trabalhar. Nós temos de trabalhar, vamo-nos instalar na Rotunda da Boavista e em mais dois parques, que foram autorizados no Porto e em Matosinhos. Neste momento as câmaras deixam (trabalhar) e o Governo não”, sublinhou.

De acordo com o presidente da APIC, tem havido uma luta entre os municípios e o Governo, e os empresários não “compreendem o que está a acontecer neste momento”.

Este processo já é um braço de ferro entre as câmaras — até socialistas —, porque já temos os protocolos assinados para funcionar, planos de contingência aprovados — apresentados — com termos de responsabilidade e engenheiros de eletrónica e mecânica”, referiu.

Nesta quarta-feira, os empresários estão concentrados em frente ao Ministério da Economia e na quinta-feira vão estar junto ao Conselho de Ministros.

Os empresários vão também fazer uma vigília junto à Presidência da República.

Ouça aqui a reportagem da Rádio Observador.