A cimeira bilateral com a Índia, que deveria acontecer durante a presidência portuguesa da União Europeia (UE) foi adiada para quando puder ser feita presencialmente, confirmou esta terça-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

Em audiência na Comissão de Assuntos Europeus, Augusto Santos Silva respondia a uma pergunta do deputado Bruno Dias (PCP) sobre a cimeira bilateral que chegou a estar anunciada para maio, no Porto. No sábado, acontecerá apenas a Reunião de Líderes UE-Índia, na qual o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, “participará por videoconferência“, adiantou Santos Silva.

A situação pandémica na Índia “agravou-se bastante” e Portugal está a prestar apoio através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, indicou.

A Índia ultrapassou esta terça-feira os 20 milhões de casos de Covid-19 desde o início da pandemia e continua a ser um dos países com maior número de novas mortes. O primeiro-ministro indiano tem sido criticado pela oposição por pedir às autoridades estaduais que considerem o confinamento como “última opção”.

Depois de, no ano passado, Modi ter decretado um confinamento nacional sem aviso prévio, que desencadeou uma crise humanitária com os trabalhadores migrantes a fugirem a pé para as áreas rurais, agora o primeiro-ministro indiano resiste à pressão para um novo confinamento. Apesar disso, até mesmo estados governados pelo partido no governo, o Bharatiya Janata, estão a ignorar o apelo de Modi.

Na semana passada, os canais de televisão e as redes sociais na Índia foram inundados com imagens de crematórios sobrelotados e hospitais desesperados com a falta de oxigénio. Segundo fontes oficiais, o país, com 1,3 mil milhões de habitantes, regista 222.408 óbitos e 20,3 milhões de casos desde o início da pandemia, mas alguns peritos consideraram que o número real pode ser muito mais elevado. A Índia atravessa uma segunda onda da doença, que sobrecarregou o sistema de saúde.

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