O Sindicato dos Jornalistas denunciou esta quarta-feira que o Global Media Group (GMG), que detém o JN, TSF e DN, entre outros, não está a cumprir com pagamentos a alguns trabalhadores alvo de despedimento coletivo, segundo um comunicado.

“O Sindicato dos Jornalistas (SJ) foi informado de que o Global Media Group não cumpriu o que acordou com alguns dos trabalhadores que foram alvo do mais recente despedimento coletivo”, diz a estrutura.

O sindicato recorda que “esse acordo implica o pagamento faseado (mensal) da indemnização por cessação do contrato o que, em alguns casos, não aconteceu este mês”.

Segundo o SJ, “até ao momento não foi dada qualquer justificação aos lesados para a falta de pagamento, sendo que a empresa não teve sequer o cuidado de os contactar previamente a avisar do ‘atraso’, o que tratando-se de desempregados, na sua maioria a passar por graves dificuldades financeiras, é, além do mais, deplorável”.

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O sindicato adianta que esta situação “grave” junta-se a outra, “denunciada pelo SJ a 27 de abril, relativamente à falta de pagamento de remunerações aos colaboradores do grupo”.

Os representantes dos trabalhadores recordam que “ainda antes destes incumprimentos, o GMG anunciou que em face da quebra de faturação ocorrida nos meses de janeiro e fevereiro, iria recorrer ao Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva, através de reduções do PNT [período normal de trabalho], o que para além de confirmar um cenário de grande dificuldade financeira, na ótica do sindicato, vai comprometer, necessariamente, a qualidade do jornalismo praticado, principalmente nas redações dizimadas pelo último despedimento coletivo”, lê-se no comunicado.

Estas preocupações, adianta o SJ, levaram o sindicato “e os delegados sindicais do JN, DN, TSF e O Jogo a solicitar uma reunião urgente à administração do grupo”, que ainda não foi marcada.

“O SJ lembra que o empresário Marco Galinha tornou-se acionista e presidente do Conselho de Administração do GMG há cerca de seis meses”, tendo anunciado, na altura, “em várias entrevistas, planos de investimento para o grupo e para os seus trabalhadores, mas que até à data, e sem qualquer explicação adicional, não se verificaram”, refere a estrutura.

O sindicato realça, no entanto, que “na última entrevista dada, o mesmo Administrador dá nota, aliás, de um cenário de grande dificuldade”, estranhando o “volte-face no discurso” e exigindo “ser informado da real situação financeira da empresa”, bem como “saber se os planos de investimento anunciados vão ser concretizados”.

O SJ “classifica de grave o protelar no agendamento de reuniões com os seus representantes dos trabalhadores, por gerador de um ambiente de trabalho de insatisfação e muita insegurança”, entendendo que “urge à administração do GMG dar uma explicação cabal sobre a real situação” da empresa.

A Lusa contactou o GMG e encontra-se à espera de resposta.