É um caso que está a chocar a Indonésia. Cinco funcionários da empresa Kimia Farma foram presos esta quarta-feira após serem acusados de lavar e reutilizar zaragatoas no aeroporto de Kualanamu, em Medan. A polícia indonésia acredita que mais de nove mil passageiros poderão ter sido testados com uma zaragatoa reutilizada.

Segundo relata o The Guardian, os trabalhadores da empresa estatal que abastecia o aeroporto recolhiam as zaragatoas utilizadas, lavavam-nas com álcool e voltavam a embalá-las — uma clara violação das medidas sanitárias e que colocava em risco a saúde dos passageiros.

Os cinco empregados foram demitidos, estão em prisão preventiva e vão agora ser julgados. Ercik Thohir, ministro da administração pública, assegurou ao jornal britânico que vão sofrer “uma punição muito severa”. A polícia suspeita, segundo o órgão britânico, que os cinco funcionários tenham lucrado cerca de 1,8 mil milhões de rupias (cerca de 104 mil euros), sendo que o dinheiro era utilizado para, alegadamente, construir uma casa.

A Kimia Farma também deverá enfrentar uma batalha legal, ainda que tenha argumentando que não tinha conhecimento do sucedido e que tal violava, de forma inequívoca, os padrões de segurança sanitária estabelecidos pela empresa.

Dois advogados, que terão sido testados com zaragoatoas reutilizadas, deverão, mesmo assim, apresentar uma queixa-crime contra a empresa e já entraram em contacto com potenciais vítimas. Pedem ainda que cada passageiro afetado receba mil milhões de rupias pelos danos causados.

Na Indonésia, qualquer pessoa que apanhe um voo doméstico tem de apresentar um resultado negativo a um teste antigénio — que é feito, muitas vezes, no próprio aeroporto.

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