O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, acusou este domingo os partidos da oposição de usarem a pandemia para fazer política, ao contrário do que os partidos que estão agora na governação fizeram no passado.

“Estaremos aqui para denunciar aqueles que aproveitam a fragilidade dos outros para fazerem política partidária e não respeitam a saúde pública e a vida de toda a gente. Não aceitaremos isso e também o vamos denunciar com frontalidade, com lealdade e firmeza”, afirmou Artur Lima, no encerramento do Congresso Regional do CDS-PP/Açores, realizado em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Os centristas integraram, pela primeira vez, um Governo Regional nos Açores, no final de 2020, depois de o PS, que governava a região há 24 anos, ter perdido a maioria absoluta nas eleições legislativas regionais, abrindo caminho a uma coligação entre PSD, CDS-PP e PPM, apoiada por acordos de incidência parlamentar com Chega e Iniciativa Liberal.

Artur Lima disse que, quando o PS governava a região, “contou sempre com a colaboração, sem interesse, sincera e leal de todos os partidos da oposição”, que disseram sempre “sim e presente a todas as medidas que foram necessárias impor”.

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“Fico triste, mas fico mesmo triste, quando responsáveis políticos, e alguns com responsabilidades governativas, fazem, eu diria, uma oposição leviana”, apontou, acusando-os de usarem a pandemia para “bairrismos e xenofobismos”.

O líder centrista admitiu que o Governo Regional tomou “medidas rigorosas”, mas salientou que os Açores foram “a região em que a economia menos sofreu com a pandemia”, pedindo uma análise “séria” da oposição.

“Nós não fechamos gente em hotéis, não prendemos ninguém em hotel com polícia à porta, não escoltamos pessoas do aeroporto para o hotel, com escolta policial. Não chegamos a tal extremo, mas porque estamos a combater determinada e consequentemente a pandemia somos criticados e enxovalhados em praça pública. Isso é irresponsabilidade”, acusou.

Artur Lima deixou também uma palavra de apoio à Comissão Especial de Luta contra a Pandemia nos Açores, cujo presidente foi alvo de críticas nas últimas semanas por ter feito comentários sobre o título de uma notícia, alegando que a comissão é “competente no seu trabalho”, mas “incompreendida nas suas medidas”.

“Nem tudo é perfeito. É desagradável os comerciantes ficarem com os seus estabelecimento fechados, as crianças em casa, os pais desesperados, é tudo verdade, mas é um sacrifício em prol de um bem maior”, frisou.

O dirigente centrista fez ainda uma “crítica direta e objetiva aos órgãos de comunicação nacional, que só sabem dar as más notícias dos Açores, mas têm dificuldade em dar as boas notícias”, alegando que os Açores implementaram medidas inovadoras, como o sistema de semáforos, no controlo da pandemia.

Os Açores têm atualmente 185 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus que provoca a doença covid-19, sendo 172 em São Miguel, nove nas Flores, dois em Santa Maria e dois na Terceira.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 5.042 casos positivos. Recuperaram da doença 4.704 pessoas, 31 morreram, 79 saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas e 43 apresentaram prova de cura anterior.