O atual presidente da Câmara de São Vicente, Madeira, eleito duas vezes por um movimento de cidadãos, recandidata-se a um terceiro mandato encabeçando a lista da coligação PSD/CDS para contornar a “incógnita” colocada aos projetos independentes.

José António Garcês, um funcionário público de 44 anos, foi eleito nas autárquicas de 2013 pelo movimento de cidadãos Unidos Por São Vicente (UPSV), que conseguiu eleger quatro dos cinco elementos da vereação neste município, obtendo 2.380 votos (64,69%). O PSD ficou com o outro lugar, ao reunir 1.136 votos (30,88%).

Quatro anos depois, foi reeleito presidente deste município no norte da Madeira com uma candidatura que contou com o apoio do PSD e do CDS e elegeu a totalidade dos componentes do executivo camarário, fruto dos 2.619 votos (79,20%) obtidos, sendo o PS o segundo partido mais votado, com 439 votos (13,27%).

“Agora as pessoas são as mesmas, os partidos que apoiam são os mesmos [2017] e a única coisa que muda são as siglas”, declarou à agência Lusa o candidato, que se filiou no PSD em 2019.

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O cabeça de lista social-democrata explicou que, “toda esta situação de avanços, recuos e incógnitas a nível da Assembleia da República com a alteração da lei dos movimentos veio dificultar” a existência deste tipo de projetos.

“Nesta altura não quisemos andar com incógnitas e atendendo a que o PSD e CDS já tinham apoiado em 2017, foi decidido encabeçar a lista pela coligação PSD/CDS, evitando uma série de coisas”, realçou.

O candidato reforçou que, devido a esta indefinição sobre a situação dos movimentos independentes de cidadãos, foi necessário tomar uma decisão e “definir” o caminho relativamente à candidatura com o objetivo de assegurar que o projeto ia a eleições.

“Começámos o projeto em 2013, continuámos em 2017, quando as pessoas voltaram a confiar em nós”, sublinhou José António Garcês, apontando que “o objetivo nesta terceira candidatura é consolidar” o trabalho desenvolvido no concelho e “prepará-lo para quem vem a seguir continuar aquilo que é o desenvolvimento, qualidade de vida pretendida para o concelho”.

O candidato apontou que “ao longo destes quase oito anos [de governação autárquica] o trabalho efetuado foi sempre no sentido daquilo que é o desenvolvimento do concelho em todas as áreas”.

Enunciou a importância das medidas tomadas ao nível da educação, formação, além das adotadas na área da economia, sobretudo em setores como o turismo e a agricultura ao nível empresarial, para fomentar a criação de postos de trabalho.

o autarca destacou que, à semelhança dos outros concelhos da costa norte da Madeira, São Vicente também “tem de combater a desertificação”, o que passa por medidas para fixar os residentes e atrair outras pessoas a escolher ficar naquele município.

Para atingir esta meta, são necessárias parcerias com empresas públicas e privadas que levem à criação de emprego, complementou.

Um dos outros problemas que enunciou foi o da habitação, defendendo que esta deve ter “preços mais acessíveis”.

José António Garcês declarou estar confiante numa vitória eleitoral, porque tem sido objetivo “transmitir confiança” aos residentes do concelho no trabalho desenvolvido.

“Mas não há vitórias antecipadas, estamos a falar de umas eleições e as pessoas vão às mesas de voto demonstrar a sua vontade e sentimento”, realçou, afirmando “não temer” qualquer adversário nesta corrida eleitoral.

Para as eleições autárquicas deste ano, cuja data ainda não foi anunciada, mas, por lei, têm de ocorrer entre setembro e outubro, neste concelho foi também divulgada, até ao momento, a candidatura de Helena Freitas (PS).

São Vicente é um concelho na costa norte da ilha da Madeira com uma superfície de 78,82 quilómetros quadrados, onde residem 5.723 pessoas (Censos 2011) distribuídas por três freguesias: Saõ Vicente, Ponta Delgada e Boaventura.

AMB // VM

Lusa/Fim