O instituto Camões e o ISQ assinaram uma parceria destinada a “aumentar as oportunidades económicas da população de Cabo Delgado”, em “atividades relacionadas com a indústria do gás natural”, indicou a instituição formadora e de certificação da qualidade.

No âmbito da parceria “Mais Emprego para os jovens de Cabo Delgado”, que se estenderá até ao final de 2022, o ISQ irá “dar apoio em assistência técnica, formação de formadores e capacitação institucional às entidades formadoras moçambicanas”, indicou o grupo empresarial, em comunicado.

A parceria com o instituto Camões neste setor de atividade e naquela região do globo foi para nós natural, ficando muito honrados em poder contribuir para um futuro melhor dos jovens de Cabo Delgado, ao nível da sua empregabilidade”, realçou Pedro Matias, presidente do ISQ, citado na nota.

A ação prevê chegar aos empresários da cadeia de valor da indústria do gás natural com operação em Cabo Delgado, equipas técnicas, professores, formadores, técnicos de formação e de emprego, orientadores profissionais, “podendo vir a ser beneficiados centenas de jovens moçambicanos”, estima o ISQ.

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A iniciativa “Mais Emprego” enquadra-se na parceria entre a União Europeia e o Camões — Instituto da Cooperação e da Língua e representa “um compromisso europeu com o desenvolvimento e estabilidade da província de Cabo Delgado, tendo em atenção o agravamento da situação de segurança e humanitária naquela região”, explicou ainda o documento.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 714.000 deslocados, de acordo com o Governo moçambicano.

O mais recente ataque ocorreu em 24 de março contra a vila de Palma, provocando dezenas de mortos e feridos, num balanço ainda em curso. As autoridades moçambicanas recuperaram o controlo da vila, mas o ataque levou a petrolífera Total a abandonar por tempo indeterminado o recinto do projeto de gás com início de produção previsto para 2024 e no qual estão ancoradas muitas das expectativas de crescimento económico de Moçambique na próxima década.