o Ministério da Saúde do Brasil, decidiu suspender a vacina em “gestantes e puérperas”, como avança a Folha de São Paulo. A decisão foi tomada depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador de medicamentos no Brasil, ter pedido na madrugada desta terça-feira a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca em mulheres grávidas.

De acordo com Francieli Fontana, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, a medida foi tomada como uma “precaução” devido a uma morte de uma grávida que teve uma trombose após receber a vacina no Rio de Janeiro. A relação com a toma da vacina não foi, porém, ainda comprovada. “É uma cautela”, refere Fontana.

Até ao momento, 22.295 grávidas levaram a vacina no Brasil. Destas, 15.014 tomaram a da Astra Zeneca. As grávidas que ainda não foram vacinadas devem tomar a vacina da Pfizer ou da Coronavac, dizem as autoridades brasileiras.

Num comunicado esta terça-feira, a agência frisou que a orientação “é que a indicação da bula da vacina da AstraZeneca seja seguida pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Esta recomendação é resultado da monitorização de eventos adversos feito de forma constante sobre as vacinas contra a Covid-19 em uso no país”.

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“O uso off label de vacinas, ou seja, em situações não previstas na bula, só deve ser feito mediante avaliação individual por um profissional de saúde que considere os riscos e benefícios da vacina para a paciente. A bula atual da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca não recomenda o uso da vacina sem orientação médica”, acrescentou a Anvisa.

Numa nota enviada ao mesmo jornal na terça-feira, o ministério da Saúde confirmou que “foi notificado pelas secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Rio de Janeiro e investiga o caso”, destacou que “a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara” e acrescentou que “reavalia a imunização no grupo de gestantes sem comorbidades“.Os estados brasileiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso informaram que já paralisaram a vacinação de mulheres grávidas.

Em março, o governo brasileiro incluiu mulheres grávidas e puérperas (mulheres no período pós-parto) com comorbilidades no grupo prioritário para receber vacinas contra a Covid-19 devido ao aumento de mortes causadas pela doença nesta parcela da população. Em abril, a inclusão foi estendida a todas as mulheres grávidas.

Entre janeiro e abril de 2021, 433 gestantes ou puérperas perderam a vida infetadas por Covid-19 no Brasil, número muito elevado quando comparado aos 546 óbitos registados nestes grupos em todo o ano passado, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde brasileiro.

O Brasil registou um total de 423.229 óbitos e 15.209.990 infeções desde o início da pandemia de Covid-19.

*Artigo atualizado às 00h43 com informação da suspensão da vacina pelo Ministério da Saúde do Brasil.