O cardeal António Marto garantiu esta quarta-feira que em Fátima não são precisos “corpos da Polícia, da GNR” e questionou por que falharam as regras de segurança na terça-feira, quando o Sporting se sagrou campeão da I Liga de Futebol.

“São as mesmas autoridades, sem dúvida. Agora aqui não é preciso trazer os corpos da Polícia, da GNR. Em princípio, à partida nós já confiamos nessa responsabilidade das pessoas. Lá, não sei porquê, deve perguntar às autoridades e aos que lá estavam, por que é que eles deixaram falhar essas regras de segurança”, afirmou António Marto, bispo da Diocese de Leiria-Fátima na conferência de imprensa que antecede a peregrinação internacional aniversária de maio ao Santuário de Fátima, no distrito de Santarém, após ser questionado sobre a atuação das autoridades nos festejos dos adeptos do Sporting.

Adeptos do Sporting e elementos das forças de segurança entraram na terça-feira em confronto nas imediações do Estádio José Alvalade, quando o jogo entre Sporting e Boavista, para a 32.ª jornada da I Liga de futebol, se encontrava no intervalo.

Após várias horas de ambiente de festa com milhares de adeptos do Sporting, que esperam à volta do recinto pela conquista do primeiro título de campeão nacional em 19 anos, as forças de segurança avançaram perto da zona das instalações das claques “leoninas”, de acordo com as imagens divulgadas pelas várias televisões.

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O bispo salientou que a Igreja Católica tem “levado a sério e os cristãos também têm levado a sério esta responsabilidade solidária de uns pelos outros quanto à questão da saúde como um bem comum” na questão da pandemia de Covid-19, considerando tratar-se de “um ato de amor ao próximo” e de “respeito pelo outro”.

António Marto referiu ainda que se constatam “fenómenos da psicologia de massa, em que as pessoas como que perdem o sentido da sua responsabilidade e não são capazes então de respeitar estas regras de segurança”.

A nós compete-nos, pois, chamá-las a ter sempre presente esse sentido e a lamentar que ele não seja respeitado”, acrescentou.

O ano passado, devido à pandemia, a peregrinação de 12 e 13 de maio ao Santuário de Fátima realizou-se sem fiéis, o que aconteceu pela primeira vez na história do templo mariano. Já na peregrinação de outubro não foi atingido o limite de 6.000 pessoas que tinha sido estipulado.

Este ano, podem estar presentes um máximo de 7.500 pessoas na peregrinação, que é presidida pelo cardeal Tolentino Mendonça, arquivista e bibliotecário do Vaticano.

O Governo pediu à Inspeção-geral da Administração Interna a abertura de um inquérito à atuação da PSP nos festejos do Sporting como campeão nacional de futebol, anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro, António Costa, recusando “atirar pedras”.